Em quais valores você acredita?

Opinião

Em quais valores você acredita?

Se pararmos para observar a vida que levamos, poderemos nos surpreender com a enxurrada de conceitos, ideias e paradigmas que nos atravessam diariamente. Muitas vezes, são valores profundos, travestidos de ideias sutis e subliminares, absorvidas pela psiquê como algo natural do nosso cotidiano. Muitos deles se amparam e encontram eco nas pessoas, por estarem à deriva de um questionamento mais apurado. Mas, acima de tudo, por estarem vivendo um caos social tão grande no qual a sua identidade se perde diante da tecnologia e da fugacidade das relações. Tal fato incide bem mais nos jovens, mais sensíveis e em desenvolvimento emocional, tornando-os alvo de uma onda de depressão e automutilação, comandada por jogos virtuais e equiparada erroneamente como a salvação de tudo. Ledo engano.
Nossa missão no mundo está aí para ser despertada. Não viemos a esta vida para passeio, para o sofrimento, tampouco para sermos vítimas de um sistema social desestruturado. Estamos aqui sim para realizarmos um propósito pessoal, dentro do qual auxiliamos a nós mesmos e ao próximo. Não tenhamos dúvida disso, pois a todo instante somos chamados por oportunidades, não raras vezes pequenas, mas genuínas do ponto de vista evolutivo do ser humano. Um bálsamo para quem tem coragem de viver sua autêntica individuação, ou seja, seu processo de autoconhecimento.
Se prestarmos bem a atenção, principalmente, dentro de nós mesmos, haverá um som em uníssono a perguntar: “Em quais valores eu acredito, afinal? Valores individuais ou coletivos? Valores subjetivos ou objetivos? Valores morais ou materiais?” Sabe-se que os valores são como norteadores do comportamento humano, a nos guiar a todo o momento diante das escolhas que fazemos. As atitudes que tomamos expressam explicitamente os valores que respeitamos, mas, acima de tudo, representam os valores-crença, aqueles nos quais acreditamos e firmamos raiz. Todo mundo um dia irá se perguntar sobre isso. Mais cedo ou mais tarde. Quer queira, pela própria escolha; quer não, pela imposição que a vida acarreta em certo momento. Fato é que, se quisermos viver numa sociedade mais madura e equilibrada, teremos que, antes, sermos seres humanos melhores. E, neste sentido, a melhoria passa pelo questionamento salutar e pelo enfrentamento de si próprio. O medo poderá existir, mas superá-lo será o primeiro passo para avançarmos como sociedade. Até porque toda a ação que fazemos reverbera no ambiente como energia a todas as pessoas. Portanto, é enorme a nossa responsabilidade neste processo.
Assim, podemos entender que um pensamento só tem validade se ele se transforma em força de ação produtiva para a pessoa e aos outros. Estamos famintos de boas atitudes e cansados de intenções engavetadas ou pertencentes somente ao universo mental. Precisamos ir além do trivial. Contagiarmo-nos com o bem. Dar cor à vida.
Caroline Lima Silva / Psicóloga (CRP 07/16371), Mestre em Psicologia – UFRGS / carolswasthya@yahoo.com.br

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