Mais de 800 pessoas de 50 municípios participaram da 17ª Convenção CDL Lajeado. O evento no Clube Tiro e Caça provocou os participantes a encontrar as mudanças diante de um mundo em constante transformação.
Primeiro palestrante, Gustavo Bozetti fez uma apresentação baseada nas atitudes e comportamento capazes de levar ao sucesso. Presidente Master Mind e da Napoleon Hill do RS, Bozetti apontou a necessidade de sair da zona de conforto para criar condições de se adaptar à sociedade contemporânea.
Segundo ele, para isso, é preciso saber a diferença entre uma simples e rápida mudança, e uma transformação profunda. O foco e a disciplina são características capazes de transformar a vida das pessoas, afirmou.
As gerações
Diretor da agência Escala, João Miragem falou sobre os vetores básicos para compreender as mudanças no mundo. O primeiro é o efeito geração Z. Essa transformação social é causada pelo comportamento dessa geração. “É preciso pensar em como fazer negócios não apenas com esses jovens, mas com o mundo que eles estão moldando.”
Segundo ele, o comportamento da geração está relacionado com a revolução tecnológica. Por muito tempo, aponta, a tecnologia respondia a questões do nosso cotidiano. Hoje, passou a ditar a forma como vivemos e nos relacionamos.
Outra transformação é a educacional. Lembra que o sistema formal continua atrelado a modelos do passado, o que é insuficiente para essa nova geração.
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“As crianças aprendem o que quiserem no Youtube. A escola e a universidade estão perdendo seu papel de construção de conhecimento”, alerta. Para ele, as famílias terão de assumir boa parte da educação formal, e a complexidade dessa teia educacional interfere nos relacionamentos sociais.
Clube Tiro e Caça recebeu a 17ª edição da Convenção. Mais de 800 pessoas acompanharam as quatro palestras
Outro fator importante sobre o novo consumidor é a descrença com as instituições. Segundo Miragem, as representações institucionais estão fechadas em torno de interesses cada vez mais pessoais.
A última característica apontada pelo palestrante é a instantaneidade. Segundo Miragem, o agora ganha significado fundamental no momento em que as experiências se tornam cada vez mais efêmeras. “Esse é o mundo com o qual temos que aprender a nos relacionar.”
Conforme o palestrante, diante de todas as características dos neoconsumidores, marcas e empresas precisam focar em construir uma cultura do que é vender um produto. Para isso, conclui, é preciso parar de planejar o futuro e investir na compreensão do agora.
Turbulência em Brasília
Terceira palestrante do evento, a jornalista Carolina Bahia falou direto de Brasília.
Segundo Carolina, nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciará o presidente Temer por corrupção e obstrução da Justiça.
João Miragem abordou a relação de consumo com as novas gerações
De acordo com ela, Temer ainda se agarra ao apoio político que recebe no Congresso e na possibilidade de aprovar as reformas. Porém, ressalta que governo hoje não tem votos para avançar com as propostas.
Independentemente desse cenário de incertezas, Carolina projeta mais dúvidas para 2018. Segundo ela, dos nomes que aparecem na lista de presidenciáveis para as próximas eleições, não existem nem mesmo candidaturas confirmadas.
Lembra que os três principais partidos, PSDB, PMDB e PT estão desgastados. Lembra que Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (PMDB) e Lula (PT) enfrentam processos na Lava-Jato. Dos três, apenas Lula continua forte politicamente, mas pode ser condenado em segunda instância e se tornar inelegível, diz Carolina.
“Os três partidos precisam costurar uma saída”, alega. Conforme a jornalista, é necessário conseguir estabilidade para recuperar a economia nacional. Para isso, sugere a construção de um nome de consenso.
Gustavo Bozetti ressaltou quais comportamentos levam o indivíduo ao sucesso
Gestão de mudanças
Principal atração do evento, Leandro Karnal iniciou a apresentação falando sobre sua ligação com Lajeado. Lembrou que a família tem origem na região, que tem parentes na cidade e até uma rua com o nome do tio-avô, Francisco Oscar Karnal.
Em seguida, abordou a crise política e moral do país. Lembra que já passamos por outras crises econômicas, mas nenhum momento semelhante. Diante disso, alerta, a maioria dos brasileiros está pessimista em relação ao futuro.
Segundo ele, o pessimista é uma pessoa importante para trazer a realidade às equipes de trabalho. Porém é inerte. Por outro lado, aponta, apenas o otimista é capaz de fazer as coisas necessárias para avançar.
“Temos que ouvir os pessimistas, agradecer as contribuições, e começar a trabalhar. Só o trabalho trará os avanços e só os otimistas trabalham.” Conforme o professor, a crise veio para todos e é preciso estar aberto a mudar diante dessa nova realidade. O problema, segundo ele, é que o nosso cérebro não está acostumado a mudar e tende a buscar por zonas de conforto.
Conforme Karnal, quando fazemos coisas que rompem a inércia, saímos desse condicionamento. Diante da velocidade das transformações no mundo, alerta, não adianta resistir à mudança, do constrário, ficaremos presos a um modelo ultrapassado. “Mudar é difícil, não mudar é fatal.”
