Reconhecida pela produção de flores ornamentais, a cidade vislumbra se tornar referência também na produção de alimentos livres de agrotóxicos. Projeto desenvolvido pela administração municipal visa transformar a saúde e a educação alimentar da população, ao mesmo tempo em que alavanca a economia por meio da produção orgânica.
A proposta será apresentada na próxima quinta-feira, 29, em evento a partir das 19h30min, no Clube Centro de Reservistas, e tem metas ousadas. De acordo com o prefeito Paulo Kohlrausch, já em 2018 a alimentação na rede municipal será 100% orgânica.
“Não serviremos veneno às nossas crianças.” Segundo ele, neste ano, pelo menos metade dos alimentos será livre de agrotóxicos, nem que para isso seja necessário adquirir produtos de outros municípios.
Lembra que são cerca de 700 crianças nas creches e escolas de turno integral do município que seriam beneficiadas já neste primeiro momento. Além de suprir uma necessidade na área da saúde, afirma, o projeto ainda promove a educação alimentar.
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“Reuniremos os pais para mostrar que, se podemos servir comida de qualidade nas escolas, também podemos elevar a qualidade dos produtos consumidos em casa”, relata. Conforme o prefeito, será realizado um grande trabalho de conscientização sobre a importância de uma alimentação saudável.
“O projeto também atenta para o fator econômico, pois a agroecologia agrega valor ao alimento”, alega. Segundo ele, além de gerar renda para o produtor rural, a proposta atenta para a sucessão familiar no campo.
Para concretizar o projeto, o município buscou parcerias com a Emater-RS e a Embrapa, visando tornar Santa Clara do Sul uma vitrina tecnológica da produção orgânica. “Também conseguimos o suporte da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e do Ministério do Desenvolvimento social.”
Conforme Kohlrausch, o governo federal é um cliente potencial dos orgânicos produzidos no município. Segundo ele, existe mercado para alimentos livres de agrotóxicos no país, mas falta produção.
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Potencial produtivo
Após a apresentação, o município abrirá o credenciamento para agricultores interessados em integrar o projeto. Desde março, as equipes do município e da Emater-RS procuram identificar empreendedores da área urbana e rural.
A intenção é assegurar que, até 2020, pelo menos 300 hectares de alimentos orgânicos sejam produzidos em Santa Clara do Sul. No dia 1o de julho, ocorre a primeira etapa de qualificação dos interessados.
Conforme Kohlrausch, entre as características esperadas por parte dos empreendedores que querem integrar o projeto, estão conhecimento e habilidade, comprometimento e integridade. “É um negócio em que a honestidade e a lealdade entre o produtor e o cliente precisam prevalecer.”
A intenção é assegurar certificação e a elaboração de um sistema diferenciado, que assegure a qualidade do produto. Para isso, assegura a destinação de recursos suficientes para o andamento do projeto. Ainda este ano serão aplicados R$ 200 mil dos cofres municipais.
Para ele, a região como um todo tem capacidade para apostar nos orgânicos, principalmente pelo predomínio das pequenas propriedades familiares.
