A obesidade e o sobrepeso aumentam exponencialmente no país e no mundo. Em reportagem publicada na edição desse fim de semana, estudo coordenado pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington apontou que 30% da população no globo sofre de doenças relacionadas ao excesso de peso. Males que levam à morte de até quatro milhões de pessoas por ano.
Fenômeno comportamental ligado à imersão tecnológica. As pessoas mudam seus hábitos. Com os aparelhos eletrônicos, mudam o ritmo de sono, passam a fazer menos exercícios, optam por alimentos rápidos e industrializados. Tudo isso interfere na saúde da população.
Um em cada cinco brasileiros está obeso, conforme indicador do Ministério da Saúde. Nos últimos dez anos, houve uma elevação de 60% no número de pessoas com excesso de peso. Abre-se um desafio. Desse total, 20% desenvolveram obesidade.
Esse crescimento é um dos fatores que pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão. O diagnóstico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7%.
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No campo individual, abre-se a necessidade de se repensar algumas atitudes. Para o contexto social, a saúde pública implanta atividades específicas para atender essa demanda crescente. O trabalho nos postos precisa ir além. Não basta tratar os pacientes quando já desenvolveram as doenças ligadas à obesidade.
Começa pela conscientização e pelo acompanhamento prévio. As especificidades culturais e alimentares da sociedade são dinâmicas. Mudam de acordo com o momento, com a condição social e a própria relação com o tempo, tendo em vista a sensação cada vez mais presente da falta de tempo para as tarefas do dia a dia.
Alterar esse quadro implica em sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. É necessário intensificar a produção sustentável, garantir a oferta, a diversidade e o acesso. Isso deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos ricos em açúcar, gordura e sal.
Medidas amplas, em âmbito de políticas públicas, também precisam ser fortalecidas. Além de promover a alimentação saudável, criar leis para regularizar a venda e a publicidade de alimentos para lactantes e crianças, como vem sendo feito com a campanha Brasil Saudável e Sustentável.
Outro destaque é o Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, responsável por retirar até agora cerca de 14 mil toneladas de sódio dos produtos alimentícios.
Editorial
Desafio da saúde na vida moderna
A obesidade e o sobrepeso aumentam exponencialmente no país e no mundo. Em reportagem publicada na edição desse fim de semana, estudo coordenado pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington apontou que 30% da população…