Operação da PC contra abigeato prende dois suspeitos na região

Vale do Taquari

Operação da PC contra abigeato prende dois suspeitos na região

Ex-vereador foi detido em Progresso suspeito de integrar o esquema

Operação da PC contra abigeato prende dois suspeitos na região
Vale do Taquari

Uma força-tarefa de combate ao abigeato coordenada pela Polícia Civil (PC) do Estado prendeu 17 pessoas ontem. Denominada de Operação Cooptare, a ação tem como objetivo combater o crime de abigeato. Foram cumpridas 48 ordens judiciais em 13 municípios. Apreendidos seis veículos, seis armas, R$ 12 mil e mais de 12,5 toneladas de carne imprópria para o consumo.

No Vale, ocorreram duas prisões de suspeitos. De acordo com o delegado da PC em Lajeado, Juliano Stobbe, pelo menos cinco agentes da delegacia regional participaram da operação na região.

Um dos suspeitos presos é o ex-vereador de Progresso, Alcir João Carissimi – conhecido por “Tilão”. Segundo a PC, no momento da prisão, ele trafegava com um caminhão usado para o transporte de animais. O veículo foi apreendido, além de R$ 10 mil em dinheiro e cheques.

Na residência dele, policiais civis apreenderam documentos sobre venda de animais e uma arma. Tilão foi encaminhado ao Presídio Estadual de Lajeado. A reportagem contatou com a irmã dele, Alenir Carissimi, que é secretária de Administração de Progresso, para buscar contatos com advogados. Entretanto, ela apenas afirmou que a família não se manifestará.

A outra prisão ocorreu em Bom Retiro do Sul. Lá, os agentes cumpriram mandado de prisão preventiva contra uma mulher de 37 anos, companheira de um suspeito preso em dezembro de 2016 por suposta participação no grupo criminosos alvo da operação de ontem. Até o fechamento da edição, a PC não havia divulgado o nome da suspeita.

A casa onde ela morava fica no bairro São João. No local, os agentes apreenderam um caminhão Ford Cargo com baú frigorífico, dois veículos – um Fox e um Siena. A polícia acredita que os automóveis tenham sido comprados com o dinheiro do crime. Também foi encontrado um revólver calibre 38. Foi esse o fato que resultou na prisão em flagrante da mulher.

Dois presos no Vale foram encaminhados ao Presídio Estadual de Lajeado

Dois presos no Vale foram encaminhados ao Presídio Estadual de Lajeado

Em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, ocorreu a prisão de um homem apontado como um dos chefes da quadrilha. Ele foi preso na Vila Santa Mônica, no interior de Mariante. No local, foi apreendido um caminhão com uma tonelada de miúdos de gado. No Vale do Taquari, trabalharam na ação policiais da Delegacia de Polícia de Bom Retiro do Sul e do Setor de Investigação (SI) da Polícia Civil de Lajeado.

Investigação iniciou em 2016

De acordo com o delegado da PC de Uruguaiana e coordenador da força-tarefa, Adriano Linhares, a operação iniciou em agosto de 2016. Naquele período, a polícia verificou a ramificação de uma organização criminosa que atuava em todo o RS, subtraindo animais bovinos carregados em cargas de caminhões.

“A organização criminosa também atuava na modalidade de estelionato, quando comprava animais pagando com cheques sem provimento de fundos, agindo no estado e em Santa Catarina. A organização aliciava ou cooptava empregados de fazendas para subtraírem os animais e venderem aos infratores por preços irrisórios, chegando a pagar 20% do valor de mercado.”

Na operação de ontem, foram 17 mandados de prisão preventiva, dez de busca e apreensão e outras 21 medidas judiciais relacionadas à movimentação financeira e fiscal. Os fatos ocorreram também em Santa Maria, Canoas, Camaquã, Quaraí, Santana do Livramento, Júlio de Castilhos, Paraí, Palmeira das Missões, Arroio dos Ratos e Dom Pedrito.

Foram mais de dez toneladas de carne apreendidas, além de quatro caminhões – três deles clonados –, dois veículos utilizados como batedores dos caminhões, dois caminhões carregados com animais subtraídos, somando 51 reses.

Dois a cinco anos de prisão

Pelo Código Penal, o abigeato é considerado um crime de furto qualificado contra o patrimônio. A pena para quem comprar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, será reclusão de dois a cinco anos mais multa.

O crime de abigeato é considerado um dos principais problemas dos pecuaristas. A operação revelou que funcionários das propriedades ajudavam os bandidos. Cada boi era vendido a R$ 400, quando no mercado valeria mais de R$ 2 mil.

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