O desperdício de medicamentos nos últimos três anos chamou a atenção do vereador Anivo Hofstetter. Ele apresentou levantamento sobre o descarte, e apontou que entre o início de 2014 e fim de 2016 teriam sido colocados fora R$ 154 mil em medicamentos vencidos.
Segundo o vereador, os dados do sistema do município ainda apontam que, apenas em 2014 e 2015, o desperdício custou R$ 131,6 mil, e em 2016 mais R$ 22,4 mil. “Fazendo uma comparação, um assalariado teria que trabalhar 14 anos para conseguir esse valor”, compara.
Os medicamentos mais desperdiçados seriam utilizados por pacientes hipertensos. Outro é prescrito para pessoas com problemas na tireoide. Somados, chegam ao montante de R$ 88,8 mil, segundo Hofstetter.
Ele questionou o tipo de controle feito para resultar em tanta sobra. “Eu já fui comerciante e eu sei que todo o comércio perde alguma coisa que acaba vencendo. Acredito que acontece em todos os outros municípios, mas esse número é um exagero”, realça.
O vereador pediu para que medidas fossem tomadas pelo município. “Eu não quero assumir sozinho, mas se essa casa entender que deva se procurar um responsável por esse desperdício, isso cabe à câmara”, alerta.
O ex-prefeito, Ricardo Rockenbach, admite o descarte, mas não soube precisar o valor. Ele atribui o fato a um possível “equívoco” na digitação do documento do pregão eletrônico para compra dos itens.
Destaca que, na época, não era possível precisar a quantidade exata de medicamentos necessários para suprir a demanda. Segundo ele, o levantamento era responsabilidade da equipe de enfermagem e farmacêutica do município.
Rockenbach afirma que a aquisição dos medicamentos era feita pelo próprio município. “Pelo Consisa era inviável. Apenas itens obrigatórios da saúde básica podem ser adquiridos.” Segundo ele, por meio do consórcio, não é possível adquirir itens controlados para hipertensão e tireoide.
Problema resolvido
De acordo com o atual prefeito, Genésio Hofstetter, o problema foi resolvido nesta gestão. A compra dos remédios passou a ser feita por meio do Consisa, de modo controlado. “Adquirimos conforme a necessidade. Ao contrário do que era feito antes, quando faziam licitações e compravam quantidades fechadas.”
