Plano traça os próximos 15 anos do Vale

Vale do Taquari

Plano traça os próximos 15 anos do Vale

Trabalho elaborado ao longo de 18 meses aponta sete áreas estratégicas à região

Plano traça os próximos 15 anos do Vale
Vale do Taquari

O planejamento estratégico para os próximos 15 anos do Vale está pronto. Será apresentado hoje à tarde, em audiência pública na Univates, a fim de servir como a base das ações para o futuro da região, inclusive da Consulta Popular.

Iniciado no fim de 2015, o plano foi elaborado a partir de um convênio entre o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e o governo do Estado, ao custo de R$ 89,5 mil. A entidade regional ficou sob a coordenação do trabalho, e contratou a Univates, via licitação, para prestar suporte técnico, metodológico e teórico.

A base para o processo foi o planejamento feito na região entre 2009 e 2010. A ele foram somadas discussões feitas em várias reuniões com representantes e líderes regionais, opiniões dadas via consultas on-line, em três audiências regionais, e também em 34 encontros municipais.

O resultado de todo esse trabalho foram sete estratégias principais, desmembradas em 79 projetos específicos, que visam desde desenvolver a região a partir de uma perspectiva harmônica e saudável até firmar o Vale como uma região produtora de alimentos.

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“São demandas que a população do Vale apontou. Agora elas precisarão ganhar forma, virar realidade”, aponta a presidente do Codevat, Cintia Agostini. No próprio planejamento estratégico, já estão definidas as entidades que ficarão responsáveis por levar adiante cada uma das estratégias, e projetos. Há, inclusive prazos, metas de realização e estimativa de custos.

Porém, isso só será efetivado, se houver consentimento da população regional, e trabalho coletivo. “Dois desses projetos já podem ser realizados em 2018, por meio da Consulta Popular. Mas quais deles eu não sei. Dependerá do que a população considerar mais necessário. Mas acima de tudo precisamos trabalhá-los de forma igual, para não ficarmos com gargalos, como existe agora”, explica.

Necessidades apontadas

Cintia Agostini, presidente do Codevat

Cintia Agostini, presidente do Codevat

Durante o desenvolvimento do planejamento, todas as questões levantadas pelos participantes foram consideradas. As estratégias são um misto do que se quer para a região. Olhando para todas elas, Cintia percebe que equilibrar o econômico ao social, ao ambiental e ao ético, tem se mostrado como uma grande necessidade do Vale.

“Estamos numa região madura. Mas precisamos consolidar algumas coisas, e ter mais cuidado com outras. Temos uma perspectiva muito econômica, voltada ao trabalho. Isso não é errado, mas precisamos pensar em agregar, inovar, e voltar-se aos aspectos sociais e à qualidade de vida.”

Essa maturidade regional faz com que a população queira efetivar um nível próprio de reconhecimento. “Sempre queríamos nos comparar a outros. Agora percebo que é diferente. Queremos que os moradores daqui se sintam bem em estar no Vale, tenham escolhido ficar aqui por que é bom.”

Melhorar o saneamento, disponível para apenas 11% da população regional; criar políticas públicas voltadas à dependência química; e dar assistência integral a algumas populações ainda desassistidas são algumas das etapas necessárias, para se atingir esse nível, considera Cintia. Bem como ampliar as cadeias produtivas, agregar valor às já existentes, formular uma identidade para o Vale, e integrar as entidades representativas.

Saiba mais

O documento foi organizado a partir de um convênio entre o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e o governo estadual. Por meio de licitação, a Univates foi contratada para o desenvolver o trabalho, que ficou sob a coordenação da entidade regional. Em 18 meses, as representações dos 36 municípios abrangidos pelo Codevat foram consultados, deram suas opiniões e pareceres sobre o que era necessário para o Vale. No fim de 2016, um esboço foi apresentado em audiência pública, e agora chega ao conhecimento público.

Foram investidos cerca de R$ 90 mil para a realização do plano.

Sete estratégias e principais projetos

1) Construir o Vale a partir da perspectiva do desenvolvimento harmônico e sustentável para o equilíbrio entre os municípios e diminua as desigualdades.
Principais projetos:
• Acompanhar e fortalecer a implementação das políticas públicas de inserção/ inclusão/redução da pobreza e assistência social voltados a crianças, gênero, etnias, jovens, pessoas com deficiência e idosos;
• Instalação de Delegacia de Polícia Especializada – DEFREC 1;
• Instalação de Coordenadoria Regional do IGP.

2) Consolidar o Vale como referência em produção de alimentos, agregando valor e obtendo a maior parte de integração nas operações do agronegócio.
Principais projetos:
• Implantação de certificados/selo de origem dos produtos do Vale;
• Promover produções agropecuárias alternativas às cadeias consolidadas.

3) Desenvolver o empreendedorismo e inovação, pesquisa e desenvolvimento de formas associadas como fundamentos regionais.
Principais projetos:
• Ampliar a ação do Parque Tecnológico, a Incubadora Tecnológica, o Programa Pólos, Centro de Empreendedorismo do Vale (CEV) os aceleradores financeiros, e outras instâncias, estruturas, que viabilizam a inovação e o empreendedorismo;
• Consolidar as dimensões de inovação e empreendedorismo dentro dos conselhos municipais ou por meio da formação de conselhos municipais de inovação e empreendedorismo.

4) Ampliar a perspectiva do desenvolvimento sustentável, priorizando o saneamento básico.
Principais projetos:
• Promover o Projeto de Saneamento Regional; Abastecimento de água, Esgotamento sanitário, drenagem urbana e tratamento de resíduos (urbanos, rurais e industriais);
• Promover parcerias entre integradoras e produtores para recolhimento e uso de resíduos gerados na produção rural;
• Criar mecanismos de fiscalização, estruturas dos municípios (planos diretores), uniformização, capacitação, fazer cumprir a legislação ambiental.

5) Agregar valor em novas cadeias e promover a diversificação produtiva.
Principais projetos:
• Fortalecer a cadeia produtiva de hortigranjeiros, com qualificação dos produtores e técnicos; organização da cadeia produtiva; fortalecimento da produção de alimentos orgânicos; produção para o programa nacional de alimentação escolar;
• Fortalecer e ampliar os empreendimentos turísticos regionais, com qualificação de atores criação de novos roteiros turísticos.

6) Aprimorar a matriz estrutural.
Principais projetos:
• Estruturar programa de adequação de habitações irregulares;
• Duplicar a BR-386, entre Lajeado e Tio Hugo;
• Fortalecer o transporte fluvial, com reestruturação dos portos de Estrela e Taquari para atendimento às demandas por transporte fluvial;
• Desenvolvimento de projeto para a viabilização de gasoduto para o Vale.

7) Consolidar a identidade a partir da integração interinstitucional e intermunicipal
Principais projetos:
• Articular a formação de lideranças locais, setoriais e regionais;
• Qualificar os mecanismos de gestão pública (pessoal e de estrutura) e do controle
social (conselhos).

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