Relacionamentos a distância

Comportamento

Relacionamentos a distância

Redes sociais e aplicativos de celular são canais para conectar casais apaixonados

Relacionamentos a distância
oktober-2024

Em um mundo cada vez mais digital, no qual as fronteiras geográficas costumam ser atenuadas pela internet, é crescente o número de casais que mantêm relacionamentos a distância. Uma nova forma de amar – com menos contato físico e mais chamadas de vídeo – abre espaço para relacionamentos diferentes e com preocupações exclusivas.

A estudante Fabi Klein Teloken, 26, mora em Arroio do Meio e está envolvida com Heittor Wermann, 26, que mora e estuda na Austrália. Os dois se conheceram no Carnaval deste ano, aqui no Vale, enquanto ele ainda morava em Estrela. Engataram um romance e chegaram a dividir a rotina por poucos meses, até que ele embarcou, em abril, para a terra dos cangurus.

A distância não é pouca: cerca de 15,6 mil km em uma ponte aérea que pode durar mais de 20 horas. Fabi até vê um lado bom em tudo isso: “Tem sido muito legal e engrandecedor passar o tempo junto dele, mesmo longe, com a ajuda da tecnologia”, afirma. Isso não incomoda ela, que conta estar inteira na relação e respeitadora dos limites que esse tipo de relacionamento impõe.

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Os encontros presenciais não são mais diários e a troca de olhares agora passa pelo filtro da tela do celular. Mas a relação segue em construção diária, mesmo sem a proximidade física. Para se comunicar, eles usam o Whatsapp, por escrita ou videochamadas. Os contatos acontecem todos os dias, mais de uma vez.

A estudante vai além: ela afirma que um relacionamento a distância evidencia detalhes que poderiam passar despercebidos quando a pessoa está grudada. “Já começou na despedida: me fez enxergar que eu já sentia um amor genuíno por ele, que eu não tinha ideia de que já era bem substancial”, relembra.

Receios

Como em qualquer relacionamento, não há uma fórmula específica para que um namoro a distância dê certo. Fabi confessa que é preciso ter jogo de cintura para lidar com as neuras de ciúmes e insegurança. “O importante é que cada um saiba que é livre pra fazer o que bem entender da sua vida, o tal do livre arbítrio”, enfatiza.

Ela afirma não ter medo de traição ou esquecimento, por exemplo, porque isso é o tipo de coisa que não depende do “estar próximo”, mas sim do respeito, que é inerente à distância.

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O psicólogo Fabricio de Saibro, 37, concorda com Fabi e afirma que tudo depende da maturidade da relação e de cada um dos envolvidos. “Se uma das partes for mais ciumenta, pode acabar sofrendo um pouco mais”, admite o psicólogo.

Saibro diz que a falta de contato é menos dolorida nos dias atuais graças aos meios de comunicação. “Antes, dependíamos exclusivamente do telefone”, lembra. O profissional corrobora que, quando o distanciamento é para estudar ou fazer algum tipo de formação fora, como é o caso de Heittor, é comum que exista uma previsão para o retorno ou para eventuais visitas.

Quando o tempo de distancia é pré-estabelecido, facilita. “O casal entra em uma contagem regressiva, diferente de um relacionamento que sem mantém a distancia sem a perspectiva do encontro”, acredita Saibro. Hoje, o fato de não estarem grudados, ao invés de ser limitador, acabou aproximando Fabi e Wermann. A rotina permanece compartilhada, mesmo que narrada em texto ou sob a ótica de câmeras. O casal conta que está se falando mais do que quando dividia o mesmo estado.

A psicóloga Rebeca Katz garante que não poder estar próximo do amado é, de fato, difícil para algumas pessoas. Mas isso vai depender do casal, do tempo que estão juntos e se conseguem se acostumar com a distância. “Sem dúvida, o casal que lida bem com o tempo entre um encontro e outro tem maiores chances de lidar bem com a distância”, afirma.

O que tinha tudo para ser um problema surtiu efeito contrário. Os mais de 15 mil quilômetros foram essenciais para creditarem a certeza do sentimento nos dois. Foi a partir da distancia que eles descobriram que querem viver próximos. Tanto que a proximidade está quase aí. Em julho Fabi vai voando, literalmente, até a Austrália rever o amado.

A estudante vai ficar lá matando um pouco da saudade e aproveitará para curtir a cidade, além de aprimorar o idioma. “Nunca me vi num relacionamento a distância, mas entendi que, quando se tem sentimento, maturidade emocional e respeito de ambas a partes, é possível sim um relacionamento sem ter a pessoa exatamente do lado”, finaliza. Os dois voltam para o Brasil, juntos, em agosto.

Namoro a distância?
Apps de celular ajudam casais a manter a chama acesa

Dezenas de aplicativos e programas ajudam a manter os relacionamentos e prometem minimizar os quilômetros que separam os pombinhos. Conheça uma lista de apps que prometem facilitar a rotina desses casais que moram longe

 

1. Couple: Funciona como mensageiro para smartphones. O software é ideal para casais que moram longe.
Isso por que seu grande diferencial com relação a outros mensageiros é que ele permite criar lembretes para datas especiais como aniversários de namoro ou outras comemorações do casal.

2. Avocado: Promete ajudar na comunicação dos casais de uma maneira prazerosa, sigilosa e criativa. Ele facilita trocar mensagens de texto, fotos, vídeos e links. Além disso, é possível usar o recurso de envio de beijos e abraços animados. O plus da aplicação fica por conta da criação de listas e calendários que podem ser compartilhados apenas entre o casal.

3. Between: Também funciona como uma rede social exclusiva para dois. Nele, é possível compartilhar imagens, status e comentários apenas com uma única pessoa. O mais interessante é que com o software é possível criar uma linha do tempo só para os pombinhos e verificar datas especiais juntos. O aplicativo envia lembretes para avisar sobre os dias de comemoração.

4. You&Me: É um app com diversas opções de interação, que são claramente pensadas para casais.
O recurso de halfisies, por exemplo, deixa isso claro, afinal, é uma selfie formada pelos dois, mesmo a distância. Ele ainda tem a opção song, na qual é possível escolher uma música da biblioteca do app para mandar.

5. Voopter: Outra opção para namorados que moram longe, pois ajuda os usuários a se manterem atualizados com as promoções e descontos nos preços de passagens aéreas.
O aplicativo tem um sistema de alertas de preço automático e avisa aos usuários sempre que surge uma oferta nova. Dessa forma, é possível ficar mais atento para visitar o grande amor.

Mas… e quem não namora, nem mesmo a distância, como enfrentar o dia 12?

A psicóloga Rebeca Katz faz uma reflexão importante sobre o Dia dos Namorados. Ela afirma que a data gera pressão em quem está solteiro, e incita que o lado comercial, junto com a mídia, acaba fazendo com que que os solteiros se sintam deslocados.

É necessário fugir de eventuais angústias que a data pode gerar. Rebeca acredita que o Dia dos Namorados é um dia como qualquer outro, que merece ser curtido da forma mais pertinente para cada um. “É preciso desmistificar a motivação das datas, o Dia dos Namorados não obriga as pessoas a terem namorados, só segue uma tendência a comemorar”, explica. E essa comemoração pode ser de várias formas.

Quem está solteiro pode curtir com os amigos ou até mesmo celebrar o fato de estar solteiro.

Todos merecem passar pelo Dia dos Namorados felizes, independente de terem um par ou não.

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