Corrupção profissional. Mau exemplo para o mundo

Editorial

Corrupção profissional. Mau exemplo para o mundo

A economia do país é uma das dez maiores do mundo. O Brasil, eterno emergente, tropeça na máquina pública cara, corrupta e ineficiente. Os escândalos envolvendo empresas e agentes políticos chegam a público e comprovam que os serviços à população…

oktober-2024

A economia do país é uma das dez maiores do mundo. O Brasil, eterno emergente, tropeça na máquina pública cara, corrupta e ineficiente. Os escândalos envolvendo empresas e agentes políticos chegam a público e comprovam que os serviços à população são de terceiro mundo, mas os esquemas ardilosos estão acima de tudo o que acontece nos países desenvolvidos.
O capítulo mais recente, exposto pelas delações dos executivos da JBS, é um claro exemplo de que os políticos estão alheios à vontade popular. Os agentes públicos, em especial na ilha de Brasília, atuam para se manter no poder ou para o enriquecimento pessoal. Como o cientista francês Olivier Dabène, diretor do Observatório Político da América Latina e Caribe, sentencia: “Não há uma visão da política como atividade que deva servir aos interesses gerais.”
Em meio a mais uma crise política, a impressão para o público é de que as revelações de corrupção permanecerão tomando os noticiários. Uma rotina que acaba por banalizar as reações. Nesse roteiro digno de uma série de televisão, agravam-se as denúncias e aumenta o número de políticos suspeitos.
Enquanto isso, a pilhagem sistêmica dos recursos estatais faz o país andar para trás. Na outra dimensão, políticos reforçam a necessidade de reformas. Transmitem a informação de insustentabilidade da seguridade social, mas mantêm salários estratosféricos para o alto escalão e com regalias de todo o tipo. Mantêm a torneira aberta dentro do Congresso e do Planalto.
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Quando chegam a público as cifras entregues como propina e caixa 2 para troca de favores, falar em déficit da Previdência, em reduzir investimentos nos serviços básicos e em austeridade, é inacreditável. O país chegou a este momento devido à atuação dos políticos. Agora é o povo que deve pagar essa conta?
Pela forma como a política nacional está exposta, parece que o funcionamento das eleições depende do financiamento privado ilegal. No caso envolvendo o presidente Michel Temer, é o ápice do inacreditável. Apesar de a aprovação ser inferior aos 3%, ele se mantém no poder e, ao que se indica, está próximo de vencer a batalha no TSE.
O mundo está de olho no Brasil. Estudiosos tentam entender o fenômeno nacional. Sabem que a corrupção não é uma particularidade no país, mas está acima do imaginável em comparação com outras repúblicas. Um país continental, rico, diferenciado pelos seus recursos naturais e que por muito tempo foi facilmente explorado por espertalhões.
Dentro dessa realidade, fica claro que o assalto aos cofres públicos compromete o crescimento econômico do país e o seu desenvolvimento para o futuro.

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