Índice positivo não pode esconder decréscimo na educação

Editorial

Índice positivo não pode esconder decréscimo na educação

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese). A região manteve-se na 4a posição em comparação com os demais Coredes do RS. O indicativo avalia educação, saúde e renda. O estudo é…

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese). A região manteve-se na 4a posição em comparação com os demais Coredes do RS. O indicativo avalia educação, saúde e renda.
O estudo é inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e tem por objetivo orientar os governos para a elaboração de políticas direcionadas para essas áreas. O destaque mostra que a região tem qualidades. Aperfeiçoá-las pode significar ainda mais desenvolvimento.
No campo da economia, a atividade diversificada torna o Vale menos instável nos momentos de dificuldade. Mesmo assim, no quesito renda, a área do Codevat está na 7ª posição entre 28 regiões. Essa é a realidade da informalidade, pois há muitos trabalhadores, em especial na agricultura familiar, dos quais não há como comprovar renda.
Como o estudo se refere a 2014, a tendência é que no próximo Idese haja decréscimo, pois com o desemprego visto no país mais pessoas passaram a ter atividades sem remuneração fixa.
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Talvez o aspecto mais importante da pesquisa esteja no campo da educação. Uma área em que historicamente o Vale do Taquari ocupava as primeiras posições. Ao longo dos últimos anos, há uma queda contínua.
Reverter essa tendência é um dever de toda a sociedade. Pais, diretores, alunos, professores, líderes, governos e entidades regionais precisam encontrar medidas efetivas para tornar a região destaque de novo.
A comprovação do decréscimo aparece nos resultados do Ideb. No ano passado, a avaliação das séries iniciais e finais do Ensino Fundamental público colocou a região abaixo da meta. Só duas das 38 cidades atingiram a nota estipulada. Entre os problemas apontados, está a desigualdade social. Enquanto as escolas privadas ostentam bons resultados, as públicas caem a cada ano.
A educação é o principal fator de transformação da sociedade. No Japão pós-guerra, o governo adotou como prioridade a organização das cooperativas locais e investiu muito na qualificação do ensino. O resultado é de conhecimento mundial. De país destruído pela guerra, para uma das maiores potências econômicas e educacionais do globo.
Sem dúvida, há diferenças culturais, mas a experiência serve de exemplo. No Vale do Taquari, há uma tradição cooperativista. Isso pode ser visto em diversos campos. A união de pessoas garantiu vitórias importantes. Melhoria em presídios, em quartéis para as instituições de segurança, até mesmo em escolas.
Por meio da atuação coletiva, é possível superar as dificuldades e criar um ambiente propício para o aprendizado. Pois, como dito acima, essa característica de comunidades escolares ativas é comum no Vale do Taquari, em especial nas cidades de pequeno porte.
Como as relações entre professores e pais é mais próxima, as informações sobre necessidades do educandário são de conhecimento comum. A partir disso, as forças comunitárias se mobilizam para atender esses anseios.

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