A região permanece na quarta colocação do Idese entre os 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) do RS, com índice de 0,799 A divulgação dos índices referentes ao ano de 2014, apresentados pela FEE ontem, mostra que o Vale se manteve estável nos indicadores de saúde e renda em relação aos anos anteriores. Entretanto, aponta uma preocupante queda no quesito educação.
No Idese referente ao exercício de 2010, por exemplo, a região ostentava a primeira colocação entre todos os Coredes. Desta vez, ficou na quarta posição. Para a presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini, a queda serve de alerta para os gestores públicos, professores, pais e alunos.
“A impressão é que não damos a devida importância para o indicador da educação, pois é algo menos imediatista do que a saúde, por exemplo. Entretanto, precisamos olhar com muito mais cuidado para a educação. Sem essa, não teremos nada no futuro”, comenta.
Cintia alerta para as necessidades de melhorias na infraestrutura das escolas municipais e estaduais, principalmente. Também demonstra preocupação com os crescentes e constantes índices de evasão escolar. “São fatos que não resultam apenas de problemas estruturais ou familiares. Precisamos, também, de qualificação e melhores condições de trabalho para os profissionais da área”, sustenta.
Em Lajeado, mesmo com altos investimentos na área, município perdeu posição no indicador da saúde
Diante da recente queda no quesito educação, a presidente do Codevat faz questão de ressaltar a segunda colocação geral do Vale do Taquari no indicador da saúde. Para ela, isso é sinônimo de qualidade de vida para os moradores dos 38 municípios da região e é resultado de investimentos acima do exigido por lei por parte dos gestores públicos.
No Idese referente a 2010, por exemplo, a região estava na terceira colocação entre os 28 Coredes. “É nosso melhor índice, disparado. E é resultado de uma série de fatores. Entre esses, destaco os altos investimentos dos municípios, por vezes acima do que a lei exige, a qualidade dos hospitais comunitários e postos de saúde, a presença de diversos centros de referência, e a presença técnica da Coordenadoria Regional de Saúde e do Consisa”, ressalta Cintia.
Vale é o 7º em renda
A presidente do Codevat faz algumas ressalvas aos índices de renda per capita verificados pela FEE para apresentar o Idese. Para Cintia, a informalidade verificada principalmente no agronegócio familiar acaba prejudicando o Vale do Taquari diante dos demais Coredes. Nos indicadores referentes a 2014, a região ficou na 7ª colocação geral entre os 28 conselhos de desenvolvimento.
“É preciso ficar atento para a renda informal que ainda impera em grande parte das agroindústrias familiares, principalmente, onde os trabalhadores são parentes e costumam atuar sem carteira assinada. Com isso, obviamente, a FEE não chega até estes números e nosso índice vai lá embaixo.”
Cintia comenta que a renda do Vale do Taquari, faz cerca de dez anos, vem crescendo na mesma proporção média do estado. Entretanto, a presidente do Codevat reitera que esses índices se referem aos trabalhos formais. “Mas estamos mantendo um crescimento médio semelhante ao restante. Não é algo que nos preocupe muito esta 7ª colocação. Nossa preocupação maior é a educação”, finaliza.
Imigrante é o melhor da região
Com uma população de 2,9 mil habitantes, e localizada entre os municípios de Teutônia, Roca Sales e Colinas, a pequena Imigrante é a cidade do Vale do Taquari melhor colocada no ranking do Idese de 2014. Ficou na 15ª colocação geral, atingindo uma média de 0,836, válida para os três indicadores. Para se ter uma comparação, o estado ficou com média 0,757.
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Para o prefeito reeleito de Imigrante, Celso Kaplan (PP), o bom índice é resultado dos investimentos nas áreas da saúde e educação. “Primamos por destinar recursos para infraestruturas adequadas e em profissionais de qualidade. E na saúde, onde subimos 80 posições no Estado, privilegiamos muito a precaução e prevenção de doenças. E tudo agregado a um trabalho coeso da nossa equipe”, afirma o gestor.
O melhor indicador de Imigrante é a renda per capita. Segundo Kaplan, o fato é decorrente da diversificação das indústrias e do suporte do Executivo à agricultura do município. “No ano passado aportamos 11% do nosso orçamento neste setor. O objetivo para o fim do nosso segundo mandato é chegar a 20%”, cita. Este ano, o orçamento da cidade é de R$ 21,5 milhões.
Lajeado sobe cinco posições
A principal cidade da região ocupava a 26ª posição estadual no Idese divulgado no ano passado, que era referente ao exercício de 2013. Desta vez, Lajeado ocupa a 21ª colocação entre todos os municípios avaliados pela quase extinta FEE, e a 2ª entre as cidades do Vale do Taquari. Para o prefeito, Marcelo Caumo, a posição é considerada “boa”.
Apesar da melhora em relação aos números absolutos, Caumo observa para a queda de posição nos indicadores de educação e saúde, em que o município ocupa, respectivamente, a 49ª e a 116ª colocações entre todas cidades avaliadas pela FEE. Na edição anterior do Idese, ocupava as posições 39ª e 114ª.
“Apesar de termos avançado em educação e saúde, perdemos posições porque os outros tiveram avanços mais consistentes. Nesse sentido, vamos concentrar esforços para um novo modelo de gestão da saúde, além de um profundo diagnóstico da educação. Ambos os projetos já estão em andamento”, garante o gestor.
