Protagonismo da  mulher no parto

Fala, Doutor

Protagonismo da mulher no parto

Garantir que a gestante tenha conforto na hora de das a luz e que o bebê nasça com saúde são os principais objetivos

Protagonismo da  mulher no parto

O parto humanizado é assunto recorrente na medicina, mas que chega até as mulheres com certas distorções. O termo não deve ser entendido como uma técnica padronizada, com uso da água quente ou com a gestante sentada, por exemplo. Humanizar esse momento ímpar na vida de qualquer mulher vai bem além disso.

O que merece atenção sobre o parto humanizado é todo o contexto que o cerca.  Significa um olhar ainda mais atento aos processos culturais, emocionais, psíquicos e espirituais envolvidos no momento, que revelam novos horizontes e evidenciam a importância de a mulher experimentar o parto em sua integralidade.

O termo humanização tem interpretações diversas. A qualidade de humano significa, na prática, garantir que a gestante não sofra e que o bebê venha com saúde. As intervenções técnicas ou cirúrgicas surgem justamente para garantir esses dois aspectos, independente se o mais indicado for a cesariana ou o parto natural.

Algumas mulheres preferem participar mais do momento e usar as próprias forças, longe do bisturi, em busca de vivenciar de forma mais íntima o nascimento dos filhos. Contudo, viver os processos naturais e humanos por inteiro, muitas vezes, envolve incômodo, conflito, medo. A maioria delas opta por fugir da dor e prefere logo a cesariana.

Guilherme Furst Neto, médico plantonista do Centro Obstétrico do HBB, chama a atenção para os radicalismos. Ele defende que algumas vertentes condenam a cesariana mesmo quando ela é necessária para garantir a vida. De acordo com o médico, o parto humanizado, no sentido de garantir o conforto e segurança dos pacientes, é algo praticado diariamente no HBB.

Assim que a criança dá o primeiro suspiro de vida pós-útero é colocada em contato com a pele da mãe para gerar empatia. As salas são preparadas com luz baixa e música, e os anseios das mães são atendidos quase que em sua totalidade.

Neto defende que a gestante deve procurar por informações durante o pré-natal para que possa optar com sabedoria sobre como pretende dar à luz.

Atitudes impositivas, tanto da gestante quanto do médico, devem ser evitadas. “É preciso um diálogo entre o o profissional e a gestante sobre tudo o que envolve o parto. Esclarecimento é a melhor saída, sempre”, defende.

Existem situações em que o parto normal não é indicado, como quando o bebê está sentado ou quando o parto não tem evolução favorável. Nesses casos, a cesariana se torna um procedimento salvador de vidas e, nem por isso deixa de ser conduzida da forma mais humana possível.

“A mulher decide onde vai trabalhar, quando vai engravidar, tem autonomia. É assim no parto, também, desde que esteja bastante esclarecida sobre esse momento único”, afirma Neto. Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto, respeitar ela e apenas acompanhá-la.

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