Um jornal quando influi o poder tem informações privilegiadas, às vezes além daquelas que muitos gostariam ou imaginam. A Hora paga seus jornalistas, inclusive, para ficarem atentos e investigar suspeitas de malversação do dinheiro público. E as informações chegam de todos os lados.
No passado recente, o jornal comprou brigas desgastantes, mas necessárias para evitar a continuidade de algumas sangrias no poder. Não cabe aqui personalizar, pois os leitores acompanham o trabalho do jornal. Felizmente muita coisa cessou, mas ainda há resquícios.
O presente comentário vai em forma de alerta, pois outros focos e em lugares diferentes aparecem. Apesar dos inúmeros desdobramentos da Lava-jato no país – com muita gente já na cadeia –, ainda persistem as falcatruas de agentes públicos e privados na maior tranquilidade. E não é pouca coisa.
Ilusão pensar que ocorre só em Brasília. As sacanagens envolvendo prefeitos, secretários, vereadores, funcionários públicos e empresários se multiplicam como ratos de esgoto também no Vale do Taquari. Tem gente pedindo propina em troca da manutenção de contratos, outros trocam favores pessoais por serviços públicos, e os mais ousados negociam participações em operações mais sistêmicas.
A Lava-jato não chegou à região, mas, se quebrado o sigilo telefônico, fiscal e bancário de alguns, vai faltar lugar no xilindró. E não pensemos que os corruptos são apenas os políticos.
[bloco 1]
Nas novas administrações – recém-trocadas – o vício reaparece. Aos poucos, o domínio do modus operandi da coisa pública encoraja o inescrupuloso a utilizar brechas para alimentar o ilícito. Em outras, a sangria só continua. Ora os prefeitos sabem, outras, ficam às margens da esperteza de maus assessores ou de “agarradinhos” que os cercam, ardilosamente. É muita coragem e aposta na impunidade!
Não é fácil ser prefeito ou agente público para quem quer a coisa certa. Os interesses de quem insiste no “jeitinho brasileiro” adentram também na população. O sistema parece contaminado, de ponta a ponta. Parece que quem ousa ser honesto passa por trouxa ou é hostilizado como alguém “cri-cri” demais.
Ainda assim, existe uma parcela enorme – quero crer a maioria – da população incomodada com a falta de retidão. Pois, enquanto existir indignação e inconformismo nas pessoas, o trabalho dos policiais, promotores, juízes e políticos íntegros fará sentido. Se a indiferença se abater sobre a maioria, então teremos perdido a guerra contra a corrupção.
Apesar de tudo, sou um entusiasta. Assim como as instituições sérias começam a se empoderar, a imprensa acompanha os movimentos duvidosos e se opõe a eles, dando luz ao que cheira mal. A sociedade organizada avança, mas precisa se fortalecer. Indiferente de classes – sejam políticos, empresários, trabalhadores ou agentes públicos –, é essencial somar forças com quem não compactua com as trapaças. E começa na nossa cidade, na nossa escola, no prédio ou dentro da própria casa.
Não podemos cobrar integridade dos outros, se não damos exemplo aos filhos ou amigos. Quando a ética e a seriedade são uma convicção e um valor para nós, os maus agentes públicos ou privados são enquadrados e responsabilizados.
Espero, se voltar a esse tema, num próximo momento, não ter informações desagradáveis sobre alguém, pois não é algo que me move, apenas o papel da imprensa.
Bom fim de semana a todos!
Em 24 horas
Na próxima terça-feira, às 19h, no Sincovat, será lançado o Simplifica Lajeado. O objetivo é desburocratizar a gestão pública. A ideia é reduz o número de etapas para registrar novas empresas, podendo ocorrer em até 24 horas. O foco é o empreendedorismo, mas setores do Sebrae advertem para imprudências de quem não está preparado.
Conhecer sobre gestão é fundamental. Do contrário, pode ser um tiro no pé. Ou, como lembrou o presidente da CIC, Ito Lanius, no último workshop Negócios em Pauta: “cada um decide investir ou colocar seu dinheiro fora como quer”.
Por isso, cautela e uma boa orientação contábil, jurídica e sobre gestão são fundamentais para a sustentabilidade dos negócios. Segundo o Sebrae – que orienta pequenos negócios – a maioria das empresas quebra nos primeiros anos por falta de organização e desconhecimento.
Atitudes Vencedoras
O Sindilojas apresentará nos próximos dias a edição 2017 da pesquisa Atitudes Vencedoras. O levantamento reconhece os destaques na área do comércio das principais cidades do Vale do Taquari. Além de empresas, profissionais são premiados com a pesquisa que entrevistou mais de duas mil pessoas, durante dois meses.
Rastreabilidade total
O rastreamento da qualidade do leite produzido no Vale do Taquari rompe as fronteiras do Brasil com a Languiru. Uma parceria com a SIG possibilita um rigoroso controle de qualidade em cada unidade de leite longa vida vendido. Com a tecnologia QR Code, a Languiru saberá em qual parte do mundo estará cada caixinha de leite produzida e vendida. O investimento foi patrocinado pela SIG, fabricante das embalagens.