O cultivador de bonsais

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O cultivador de bonsais

Renan Freitag, 23, estudante de Psicologia de Lajeado, tem um contato estreito com bonsais. Tudo começou como uma brincadeira, quando deu uma miniárvore de presente para a namorada. Ele conta que, naquela época, só sabia os cuidados básicos com água…

O cultivador de bonsais

Renan Freitag, 23, estudante de Psicologia de Lajeado, tem um contato estreito com bonsais. Tudo começou como uma brincadeira, quando deu uma miniárvore de presente para a namorada. Ele conta que, naquela época, só sabia os cuidados básicos com água e sol.

Algum tempo depois, em uma noite em que não conseguia dormir, decidiu procurar na internet dicas sobre o hobby e deu de cara com informações como adubação e podas de copa que chamaram a atenção. Foi então que o interesse se fortaleceu e ele começou a colocar a mão na massa, ou melhor, na árvore.

É raro que Freitag gaste muito tempo com os bonsais. As intervenções nas plantas exigem espera e paciência. O período de recuperação do bonsai, após intervenções, depende de cada espécie e algumas vezes as mudanças em sua estrutura são muito radicais. Se houver ansiedade em ver a planta já pronta, ela pode não resistir.

Hoje Freitag tem três plantas, uma serissa phoetida, um junípero jacaré e uma caliandra. Todas foram adquiridas ainda como mudas, em floriculturas. “Já tentei cultivar estacas para aumentar a ‘família’, e alguns vingaram, mas meus cachorros derrubaram os vasinhos e mataram elas”, lembra com tristeza. Assim que fizer novas podas, pretende tentar novamente, desta vez, longe dos arteiros de quatro patas.

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Cultivar um bonsai é difícil, exige técnica, tempo e, acima de tudo, paciência. A ideia principal da atividade é representar fielmente uma árvore, só que em miniatura, e para isso são exigidas regras básicas para cada estilo de planta. O cultivador pode escolher o formato do tronco e da copa, por exemplo.

bonsai

A caliandra de Freitag tem destaque e está plantada em um vaso grande, para ganhar tamanho. “Gosto muito de trabalhar com a terra e adoro fazer intervenções nos meus bonsais. Pegar uma tarde livre para trabalhar na sua planta é muito relaxante”, evidencia.

A árvore mais antiga dele ainda é uma “guria”: a serissa phoetida acaba de completar sete anos. O tempo que uma planta demora para que possa ser chamada de bonsai é relativo e não depende apenas da idade biológica. “Normalmente elas demoram cerca de uma década para atingir o status de bonsai”, esclarece.

Os bonsais precisam de cuidados básicos como qualquer planta: sol, água e, preferencialmente, adubo. É aconselhável buscar informações sobre cada espécie, pois uma planta reage diferente da outra a estímulos. Enquanto algumas preferem uma terra mais úmida, outras gostam mesmo é de ficar direto no sol.

Entre as técnicas de moldagem, Freitag utiliza duas: para limitar o formato da planta, ele ramifica os galhos, o que deixa a copa mais densa e bonita. E para criar o “desenho dos galhos e do tronco”, usa a técnica de aramação, na qual envolve partes com arame e torce para um formato desejado.

O tempo de uso do arame, por exemplo, não deve exceder três meses sem um acompanhamento de perto. A intervenção sustenta a posição do galho, mas pode marcar o tronco e os galhos.

Cultivo

O cultivo do bonsai pode ser feito de diversas maneiras, como a estaquia, técnica em que se cultiva um pequeno galho de uma planta diretamente na terra; e o yamadori, onde se retira uma planta bruta da natureza e a transplanta para um vaso.

Também é bastante utilizado o alporque, no qual se cria uma fenda em um galho para que a planta crie raízes e depois, por poda, transforma uma planta em duas; e ainda o cultivo por meio do plantio de sementes. Há quem opte pelo mais fácil: comprar uma muda na floricultura. “Não vejo muita graça, o legal é fazer um trabalho 100% seu desde o início”, sugere Freitag.

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