A necessidade do estacionamento rotativo em Lajeado é indiscutível. Cidade polo comercial no Vale do Taquari precisa de regras para o uso de vagas públicas nas áreas centrais. Ainda assim, as vozes dissonantes da comunidade colocam barreiras sobre o serviço. O modelo foi ineficiente quando estava sobre a administração da Uambla. Com a Stacione, problemas persistem. Inadimplência dos usuários e o descompasso no cumprimento da lei.
O mais novo episódio provoca mais incerteza para a concessionária. Proposta do vereador Ildo Salvi (REDE) extingue a cobrança do Aviso de Irregularidade (AI), aquela cobrança de R$ 20, equivalente à multa administrativa. Para entrar em vigor, ainda precisa da sanção do prefeito Marcelo Caumo.
Nas ruas, essa informação causa muitas dúvidas e, dentro da Stacione, apreensão. São mais de 128 mil AIs não pagos. Em termos de receita, equivale a mais de R$ 2 milhões a menos no caixa. Essa votação no Legislativo traz um paradoxo e abre um precedente perigoso.
O paradoxo pelo fato de que foi a câmara que aprovou, em 2014, a instituição dos R$ 20 para os motoristas que não pagam pelo estacionamento. Já o precedente está no próprio texto do projeto. O autor da proposta justifica a extinção da cobrança assumindo a correção de um “equívoco”. A partir desse ponto de vista, como explicar isso aos usuários que pagaram o AI? Eles pagaram por uma multa aprovada na câmara e que agora é ilegal.
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A forma como foi conduzida a revisão na lei do AI evoca ainda mais questionamentos. Não houve uma discussão com representantes da empresa, do governo, do Conselho de Trânsito, sobre como melhorar o serviço. Dentro da votação no parlamento lajeadense, muitas críticas ficam no campo da empirismo. Como quando se afirma que são 13 cobradores nas ruas.
Longe dos holofotes políticos, urge a necessidade de encontrar uma solução viável para a questão. Frente a opinião pública, o fim da cobrança do AI é uma boa notícia. Mas essa motivação populista não significa ser uma decisão acertada, pois há um contrato a ser cumprido. Pelo acordo, a Stacione tem de repassar 17,8% de outorga à municipalidade, além de enfrentar a inadimplência de muitos motoristas.
