A saúde é um tema que envolve sentimentos, mas a verdade é que precisa ser tratada com racionalidade e responsabilidade. O ambiente hospitalar é considerado como um dos mais complexos do mundo. Contempla inúmeros trabalhadores das mais variadas áreas: administradores, médicos, enfermeiros, profissionais administrativos, técnicos, entre outras especialidades.
Além disso, a redução de investimentos do governo federal e a falta de integração desmedida dos sistemas de atenção primária, secundária e terciária oneram demasiadamente o serviço, sendo certo, também, que as intervenções hospitalares – muitas delas impregnadas de vieses político-partidários – fomentam a crise que impera.
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O cenário é ainda mais temeroso quando a diminuição e o atraso de repasses federais e estaduais deixam os municípios responsáveis por tarefas as quais não estão legitimamente incumbidos. A consequência disso é a falta gestão e de planejamento estratégico – isto é, não há critérios objetivos acerca da missão, da visão, de indicadores de desempenho e de ferramentas de gestão; há insuficiência de líderes e carência de pessoal sob a perspectiva da qualidade e da quantidade.
Igualmente, falta logística de materiais. Há escassez de protocolos médicos e de enfermagem; em regra, são poucos os indicadores confiáveis, ferramentas eficazes e programas da qualidade. Quanto ao panorama tecnológico, uma parcela significativa das instituições hospitalares não utiliza sistemas atualizados; outras não dispensam sequer 10% dos recursos de seus softwares de gestão, o que inviabiliza uma efetiva integração entre todos os processos, gerando retrabalho e dispersão.
O fato é que tais práticas não se justificam à luz da sociedade contemporânea permeada pela globalização e pela massificação de demandas. Em um mundo tecnológico e em constante evolução, fatos e dados são vitais para uma tomada de decisão orientada. Saúde é vital e se faz com gestão. SOS ao setor!
