Município busca verba federal para castrar cães abandonados

Lajeado

Município busca verba federal para castrar cães abandonados

ONGs e canil municipal não têm espaço para acolher animais

Município busca verba federal para castrar cães abandonados
Lajeado

Problema de saúde pública, a crescente população de cães e gatos pode ser contida por meio de uma iniciativa do município. A Secretaria do Meio Ambiente trabalha para angariar recursos federais, que poderão ser usados em cirurgias de esterilização permanente de cães e gatos.

De acordo com o dirigente executivo da Sema, Sérgio Roberto Feldens, um novo censo animal está sendo feito, nos moldes de 2011, para que a verba possa ser solicitada. Ele explica que a alternativa surgiu a partir da Lei 13.426, que dispõe sobre a política de controle da natalidade de cães e gatos, sancionada recentemente. Enquanto a medida não é efetivada, o município, a população e as ONGs não conseguem atender tamanha quantia de animais.

Hoje, somente no canil municipal, há 130 caninos alojados, sendo que a capacidade das baias é para 99. “Estamos recolhendo em último caso os que possuem lesões, ou porque foram atropelados ou abandonados com doenças a serem tratadas”, ressalta Feldens.

Cães encaminhados pelas entidades que mantêm convênio com o município, como Apavat, Apama e Apasf, são castrados. A cada semana, são feitos dois procedimentos, para cada entidade. Porém, as ações são insuficientes para a diminuição da população de caninos, admite o dirigente.

A situação ainda é agravada pelo incessante abandono de animais, em diferentes bairros. “Todos os dias é solicitado ao Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) o recolhimento de diversos animais, sendo muitos ainda filhotes”, afirma.

Abandono continua

Um dos casos mais graves ocorre no bairro Alto Conventos. Onde, semanalmente, pessoas aproveitam a madrugada para largar animais. A última cachorra apareceu na casa de Vera Beuren, filha de Heide Beuren, 74, na semana passada.

[bloco 1]

“Quando acordamos, estava aqui. A Vera ficou com pena e deu comida pra ela, que acabou ficando”, conta Heide. O mesmo já havia acontecido há alguns meses, quando a neta – que mora em frente à sua casa – ficou com dois cães que foram abandonados no local.

Um deles, foi doado à Apama. A outra, permaneceu sob os cuidados da família, e agora está grávida. “Não dá, não aguentamos mais. É muito barulho, e dá medo de eles serem atropelados porque tem muito trânsito aqui”, afirma a aposentada.

Em contato com as ONGs, e com o município, elas receberam a mesma resposta: Não há vagas. “Precisamos que algo seja feito, porque tá um caos. Além desses que pegamos, outros já foram acolhidos por vizinhos, e as pessoas continuam largando os bichos aqui”, reclama Vera.

Conscientização para mudar

A Apama fica nas proximidades das casas de Vera e Heide. Porém, a ONG não tem mais capacidade para atender tantos animais. Hoje, 270 estão abrigados no canil da entidade, que gasta cerca de R$ 13 mil somente com ração, além dos tratamentos médicos necessários. “Não temos ajuda suficiente para manter o que já temos, e o abandono só cresce devido ao aumento do uso de apartamentos”, afirma a presidente da entidade, Ana Rita de Azambuja.

Para ela, a situação só será resolvida com a conscientização das pessoas, como a Apama tem feito com crianças e adolescentes. “Recebemos as escolas e falamos sobre esses problemas. Talvez não seja muito, mas é uma semente que estamos plantando.”

Obra em banho-maria

A obra de expansão da Apama poderá sair do papel. É o que afirma o engenheiro e idealizador do projeto, Léo Katz. Conforme ele, algumas situações burocráticas estão sendo resolvidas, e que há possibilidade de as obras iniciarem em breve. Os recursos utilizados serão provenientes de doações e promoções da entidade. Jà a mão de obra será prisional. A primeira parte prevê a construção de 12 baias para abrigar pelo menos 50 animais.

Acompanhe
nossas
redes sociais