Com cerca de 1,3 mil propriedades rurais, o município se destaca no cenário estadual como Terra do Cooperativismo. Cerca de 80% da população é associada em alguma cooperativa. Hoje, 24, o município completa 36 anos de emancipação e se consolida como uma das principais economias regionais.
O agronegócio é o alicerce desse reconhecimento. As propriedades são constituídas por minifúndios com área média de 10 ha. A produção de aves, suínos e leite impulsiona o setor primário e gera emprego e renda. O segmento representa 24% do Valor Adicionado do município.
A família Lerner é um exemplo. Esse é o terceiro ano consecutivo que é reconhecida pelo município pelo retorno de ICMS gerado. Além da produção leiteira, investiram em uma creche para criação de leitões. Em 1998, estabeleceram residência em São Jacó.
Na época, Alacia tinha poucas vacas leiteiras. Com o tempo, aumentou o plantel. A atividade era desenvolvida por ela com ajuda dos filhos. O marido, José Gaston, era caminhoneiro. Em 2008, deixou a atividade, vendeu o caminhão e investiu na ampliação da produção leiteira e na creche.
Aos poucos, fizeram investimentos em maquinário e infraestrutura. Em 2013, um dos três filhos, Marco, 31, retornou à propriedade, junto com a mulhler, para auxiliar na produção. As atividades foram ampliadas.
Hoje, pai, mãe e filho desenvolvem as atividades juntos. São produzidos cerca de 21 mil litros de leite por mês e criados cerca de 1,8 mil leitões a cada oito semanas. Na área de terra, cultivam milho, pastagens e grama para produção de feno.
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Alacia e Marco são associados da Languiru, uma das cinco maiores cooperativas de Teutônia e uma das maiores do RS. A empresa é uma das maiores em retorno de ICMS do município.
Dificuldades
A crise no leite, há poucos anos, chegou a prejudicar os rendimentos da família. Segundo Alacia, em nenhum momento, pensaram em desistir da atividade. “Nós sabíamos que seria por um tempo. Foi difícil, mas conseguimos resistir e hoje a situação melhorou”, comenta.
Sucessão rural
A família Lerner é um caso de sucessão rural. Em Teutônia, diversas famílias passam pelo processo. Outro caso é o da família Spllmeir. Dois dos três filhos estão na propriedade dos pais. A produção leiteira é a principal atividade desenvolvida. Além disso, plantam soja, milho e trigo.
Segundo a mãe, Vera, 65, um dos filhos, Fábio, decidiu permanecer na propriedade desde jovem. O outro deixou a atividade na área urbana para retornar ao campo. “Eu fico feliz com isso. Sempre trabalhamos com produção de leite e sem a ajuda deles não conseguiríamos manter.” A família tem cerca de 80 vacas em lactação. A produção diária atinge quase três mil litros.
Família Spllmeir aposta na produção leiteira para promover a sucessão rural. Dois, dos três filhos, permanecem no campo
Formação é aposta para crescimento
Uma série de programas estão previstos para promover a qualificação dos produtores rurais. Uma das propostas previstas no plano de governo do prefeito Jonatan Brönstrup é proporcionar viagens de intercâmbio para agricultores e possibilitar acesso a tecnologias de ponta.
Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Teutônia, Gilson Hollman, o município foi selecionado pelo Sebrae para participar do Projeto de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa).
Cerca de dez a 20 produtores serão selecionados e receberão acompanhamento no gerenciamento das propriedades e melhoramento de pastagens. Para participar, é necessário ter interesse e persistência. O município também é parceiro do Projeto de Inclusão Social e Produtiva no Campo. O programa da Languiru instiga a sucessão rural e tenta levar alternativas para pequenos agricultores.
Feira do produtor
A ampliação da feira do produtor para os demais bairros de Teutônia faz parte dos projetos da administração municipal. Segundo Hollmann, a intenção é instigar novos produtores e resgatar aqueles que abandonaram a atividade. “Essa poderá ser uma alternativa para promover a sucessão rural e estimular o crescimento do setor primário.”
Hoje, a feira ocorre no bairro Languiru e conta com a participação de oito produtores. “Se a feira ainda existe, é porque conta com o suporte do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.” O local oferece estrutura necessária aos feirantes.
Estímulo ao setor
O Pacote Agrícola é um programa do município que atende 1,3 mil produtores e direciona recursos para aquisição de equipamentos e insumos. A verba pode ser usada para fazer melhorias em agroindústrias. Uma necessidade agora que o município tenta aderir ao Susaf.
A implantação do Susaf no município está em andamento. O processo está em fase inicial. Segundo o secretário, a adesão promoverá o crescimento das agroindústrias.
Turismo gera renda no campo
Além do potencial econômico gerado pelo agronegócio, a Rota Germânica é mais uma opção de renda para famílias do campo. O roteiro é composto pela Associação de Artesãos, Centro Administrativo, Vividiana Pedras, Bella Luna Aromas, Antick Haus Bergman, Restaurante Matinho, Engenho Quatro Ventos, Lagoa da Harmonia e Museu Henriqe Üebel. Para reestruturar o roteiro, o município contratou uma turismóloga a fim de organizar as atividades no setor.
