Agas evidencia a  força econômica da região

Vale do Taquari

Agas evidencia a força econômica da região

Associação Gaúcha de Supermercados realiza rodada de negócios, jantar e cursos de qualificação em Lajeado pelo segundo ano consecutivo. Presidente da entidade, Antônio Cesa Longo destaca os potenciais do Vale do Taquari e aponta sinais de recuperação de um setor que ainda sofre os reflexos da crise.

Agas evidencia a  força econômica da região
Vale do Taquari

O Clube Tiro e Caça sediou ontem a segunda edição do Jantando com Agas realizada em Lajeado. Promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados, o evento trouxe para a região uma oportunidade para fornecedores e supermercadistas iniciarem relacionamentos, estreitarem laços e fecharem negócios.

À tarde, 23 fornecedores participaram da rodada de negócios com representantes do varejo. De acordo com a associação, o evento teve um formato simples, sem a montagem de estandes, para não representar custos elevados aos expositores.

Donos da PVL, indústria de cosméticos e perfumaria com sede em Porto Alegre, Paraguassú Vieira Lannes e Silvestre Stein trouxeram para Lajeado aromatizantes, neutralizadores de odores, repelentes e produtos da linha pet. De acordo com Lannes, a participação no evento visa ingressar no mercado do Vale do Taquari.

“Participamos do evento anterior, em Santa Maria, com excelentes resultados e esperamos o mesmo aqui”, afirma. Segundo ele, mesmo quando não resulta em vendas instantâneas, o contato com os clientes abre as portas para negócios futuros.

Evento foi marcado pelo lançamento de produtos inovadores para atender a uma clientela mais exigente, e embalagens menores para garantir o consumo

Evento foi marcado pelo lançamento de produtos inovadores para atender a uma clientela mais exigente, e embalagens menores para garantir o consumo

Conforme o empresário, o setor ainda enfrenta os reflexos da crise econômica, que obrigou as empresas a se readequarem. Lembra que entre gastar com produtos alimentícios ou perfumaria, as famílias sempre optam pela primeira opção. “Nós buscamos compreender os limites de gastos dos consumidores e criamos produtos voltados para essa realidade.”

Segundo ele, a PVL realizou fortes investimentos em inovação, em especial em embalagens menores, que permitam a venda dos produtos em um valor mais em conta. “Reduzindo o custo dinal do produto, nosso consumidor pode continuar comprando.”

A empresa ainda buscou se conectar com conceitos modernos, por meio de produtos ambientalmente corretos, e a apostar em uma linha para animais de estimação. Conforme Lannes, o mercado de pets é um dos com maior potencial de crescimento. “Somos o terceiro país do mundo que mais gasta com animais de estimação, e um mercado que movimentou R$ 16 bilhões no ano passado.”

Assistente comercial da ervateira Baldo, Cesar Bagatini afirma que o evento serve para ampliar a participação da marca no mercado nacional. Segundo ele, a Baldo sempre teve a produção voltada para a exportação, com grande representatividade no Uruguai.

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Em 2016, explica, a empresa percebeu a oportunidade de trazer o produto também para o mercado local. “Não foi uma movimentação motivada pela crise, e sim porque percebemos uma lacuna no mercado de erva-mate”, aponta. Conforme Bagatini, brasileiros em visita ao Uruguai conheceram o produto e passaram a solicitá-lo.

Inovação constante

Representante da Florestal Alimentos, Marciano Alves da Rosa trouxe para a rodada de negócios sucos e refrigerantes da linha Rockabilly, doces da marca Boavistense e cervejas das marcas Tchê e Rockabilly. Segundo ele, o momento é importante por permitir conversas com os varejistas em um ambiente mais descontraído.

“No dia a dia, não temos esse tempo para sentar, conversar e apresentar os produtos com calma”, ressalta. Conforme Rosa, o foco para a feira deste ano é a inovação, com o lançamento de produtos diferenciados como uma linha de refrigerantes com sabores inspirados em sucessos norte-americanos.

Empresários da PVL, de Porto Alegre, apostam no mercado do Vale do Taquari

Empresários da PVL, de Porto Alegre, apostam no mercado do Vale do Taquari

“O mercado cobra novidades”, ressalta. Para ele, diante de um cenário em que a informação circula muito rapidamente, a inovação se torna uma necessidade constante. Lembra que a Florestal realiza em média um lançamento por mês.

De acordo com a supervisora da Florestal, Fabiana Bottoni, a crise trouxe consequências que não devem ser ignoradas pelo setor, mas também serve para observar novas oportunidades. “Olhamos sempre o mercado, a fatia que já possuímos e o quanto podemos avançar no nosso segmento.”

Conforme Fabiana, a estratégia para enfrentar os momentos de dificuldade é se valer das marcas tradicionais da empresa, que tem mais de 50 anos de reconhecimento, ao mesmo tempo em que cria produtos inovadores de forma constante.

Retomada do crescimento

A Agas divulgou em abril os resultados do setor supermercadista em 2016. Após queda nas vendas em 2015, no ano passado, as 252 maiores companhias do RS apresentaram alta de 9,7%. Descontada a inflação, o resultado representa um aumento real de 3,4% na comercialização de produtos.

Para o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, o estudo mostra a adaptação do varejo ao novo perfil de consumidores, que perderam poder de compra com a crise. Juntos, os supermercados do RS registraram um faturamento bruto de R$ 28,7 bilhões em 2016, representando 6,9% do PIB do estado.

Escola móvel

Até sexta-feira, 26, a Agas promove cursos gratuitos na unidade móvel da entidade, estacionada no pátio do Desco Atacado, no bairro Americano. Ontem e segunda-feira, as formações foram ministradas por Luiz Carlos Jantzen, que falou sobre açougue, cortes especiais e qualidade na desossa.

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Hoje é a vez de Fabiano Soares falar sobre mix de sucesso para padarias e confeitarias. Na quinta-feira, o facilitador Rainer Telini ministra o painel Formação de cartazistas. Amanhã Janer Costa encerra a programação com a aula Transformando atendentes em vendedores.


“A crise não cessou”

A Hora – O que o Jantando com a Agas proporciona para o Vale do Taquari?

Antônio Cesa Longo – Estamos na região buscando um relacionamento ainda maior e proporcionando ao pequeno fornecedor a participação em uma rodada de negócios e também no jantar onde reunimos o setor. O Vale do Taquari é um polo em diversos segmentos e queremos apresentar essa riqueza aos supermercados do Estado. Nesse momento de dificuldade que todos nós vivemos, queremos criar oportunidades, especialmente para as pequenas e médias empresas da região.

2016_06_15_Thiago Maurique_Agas_Jantar_Supermercados_Antonio Longo

É o segundo ano consecutivo que o Vale do Taquari sedia o Jantando com a Agas. Qual a representatividade do setor supermercadista da região?

Longo – Representa quase 8% do faturamento do setor no Estado. Mas principalmente por esses polos importantes, em higiene, limpeza, perfumaria e alimentação. São segmentos que agregam muito valor ao varejo e para os quais esses momentos onde o cliente pode experimentar, sentir os produtos são fundamentais.

Após um período de quedas, o setor supermercadista começou a mostrar sinais de crescimento. Qual a sua avaliação sobre o momento econômico que vive o segmento?

Longo – A crise não cessou. Os dados positivos ocorrem em função de uma base muito ruim apresentada nos anos anteriores. O momento é de muita cautela, de entender o consumidor para que realmente proporcione o que o cliente espera. As pessoas estão precisando comprar mais com menos. Esse é o momento do varejo ter mais eficiência, reduzir perdas e quebras, porque o consumidor não paga mais o custo e o ônus da ineficiência.

A regionalização dos encontros da Agas faz parte da estratégia de combate a essa crise? Como o setor está se adequando a essa nova realidade?

Longo – As entidades tem o compromisso de fomentar os negócios e alavancar regiões onde os potenciais existem, mas muitas vezes ficam escondidos. Nosso objetivo é colocar essas empresas na vitrine onde estão os supermercados. O setor está adequado e vem ouvindo o recado do consumidor faz muito tempo. O recado foi dado pelos clientes e as empresas estão preparadas para isso.

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