O lançamento da 1ª Jornada da Alimentação, programado para hoje, às 19h30min, é mais do que a abertura de um evento. É o pontapé inicial para a região colocar de vez os pés, esquerdo e direito, no mapa estadual e nacional como Vale dos Alimentos. Explico.
Há tempo se discute a necessidade de um evento voltado exclusivamente ao setor alimentício. A Fenal, nos idos anos 70, foi um ensaio, mas não passou da primeira edição. Depois, veio a Agroind, igualmente sucumbida pela falta de política pública e organização da cadeia.
Agora, nasce uma nova semente. Alicerçada na força econômica e social da cadeia produtiva de alimentos, a 1ª Jornada se abre para a inovação, segurança alimentar e mercado, três pilares para o sucesso. E mais, ocorre sem depender de aporte de recursos públicos. Um alívio.
Ontem, em reconhecimento e alusão ao evento, levamos para a Docile Alimentos mais um painel do Projeto Pensar o Vale. Acadêmicos, líderes classistas e empresários discorreram sobre os caminhos para consolidarmos o Vale dos Alimentos como grande indutor do desenvolvimento regional. A cobertura do debate estará nas páginas do A Hora de amanhã. Não perca, pois todos, absolutamente todos, temos algo a contribuir e fazer para atingirmos um nível de excelência e qualidade à altura do que o mercado exige e a região quer.
Há um tempo de plantar e um tempo de colher, reza o adágio popular. Durante os últimos anos, pensamos em formas de utilizar as ferramentas do jornalismo como catalizadoras das discussões relevantes ao Vale. Criamos o Pensar o Vale exatamente para ser o fórum e o canal democrático dos grandes debates. A partir dele, damos luz ao contraditório, mantemos a vigilância sobre os temas candentes e estabelecemos um olhar permanente sobre os assuntos que não podem ficar engavetados.
Com o Vale dos Alimentos é assim. Desde 2012, quando publicamos o Tudo especial sobre o tema e realizamos o primeiro debate na Expovale, acompanhamos de cima os movimentos a respeito. Avançamos muito nestes cinco anos, principalmente no conceito de Vale dos Alimentos. Mas ainda é pouco.
Constituir uma agência de desenvolvimento; estabelecer um selo de origem e de qualidade para nossos produtos; integrar mais e melhor empresários da cadeia; cobrar medidas mais austeras e pró-ativas dos agentes públicos e disseminar nossas virtudes sem subestimar as fraquezas são tarefas inadiáveis para o Vale dos Alimentos.
Marcha pra onde?
Todo ano, faz muito anos, prefeitos de todos os cantos do Brasil rumam à capital federal, na tradicional – de pomposo nome – “Marcha a Brasília”. Penso, cá com meus botões, o que, de fato, essa tal marcha representa em conquistas ou mudanças.
Um amontoado de prefeitos, vices e vereadores se encontram num grande festival de discursos ensaiados e medidas já definidas. Continuando a conversa com meus botões, imagino quanto não representa aos cofres públicos de todos os municípios a conta de pagar viagens, hotéis e diárias para agentes políticos passarem três dias na capital federal?
Só do Vale do Taquari, mais de dez municípios mandaram representantes ao evento. Para que, afinal?
Maconha para saúde
Ao incluir na lista das plantas medicinais a cannabis sativa, da qual é obtida a maconha, a Anvisa quebra um paradigma conservador ao qual o Brasil resistia. A medida, no entanto, não libera seu uso medicinal em nenhuma circunstância e não muda as regras que restringem o porte e o uso da maconha em território nacional.