Uma nova chance para o  “Vale dos Alimentos”

Editorial

Uma nova chance para o “Vale dos Alimentos”

A geração de renda no Vale se sustenta na produção primária e industrial de alimentos. Com uma característica predominante de pequenas propriedades, geridas por agricultores familiares, a região desenvolveu aptidão diversificada, fundamentada na criação de aves, suínos e na produção…

A geração de renda no Vale se sustenta na produção primária e industrial de alimentos. Com uma característica predominante de pequenas propriedades, geridas por agricultores familiares, a região desenvolveu aptidão diversificada, fundamentada na criação de aves, suínos e na produção de leite.
Frente a essa percepção, o A Hora concentrou esforços para propagar o conceito do “Vale dos Alimentos”. Faz pelo menos cinco anos, publicações do jornal reforçam a característica local, como uma forma de incutir sobre a comunidade e sobre os líderes a necessidade de a região se mostrar para o RS e para o país como um exemplo na produção de alimentos. A diversidade e a pujança do segmento foram o tema central no anuário Tudo, publicado em outubro de 2012.
Estabelecer a identidade regional por meio das atividades geradoras do sustento das famílias e do desenvolvimento econômico ainda pode se entrelaçar com outros segmentos. O Vale dos Vinhedos é um exemplo. Há poucas décadas, tornar a Serra Gaúcha atração turística era uma alucinação. Virou realidade em pouco tempo. Em 1995 foi criada a Aprovale, três anos depois, o Ibravin e, em 2012, conquistaram a Denominação de Origem.
O exemplo dos vizinhos mostra ser possível criar um roteiro turístico a partir do mote do “Vale dos Alimentos”. Em meio às belezas naturais, aos vales e montanhas, se teria mais uma oferta: um roteiro pelas cooperativas e agroindústrias. Como no Vale dos Vinhedos, esses estabelecimentos também ofereceriam um espaço gastronômico, unindo a beleza do ambiente com o sabor da colônia.
Para fazer com que os projetos citados acima saiam do papel, é fundamental um plano regional. A falta de unidade faz com que iniciativas relevantes fiquem pelo caminho.
Um exemplo foi o Vale dos Lácteos, lançado pela Univates em 2010. A ideia previa um ordenamento da cadeia leiteira regional, a partir de processos e métodos. Diante da importância do segmento, talvez a identidade regional esteja ligada à cadeia leiteira. Para evoluir nesse campo, há necessidade de ultrapassar paradigmas culturais, profissionalizar os produtores e investir em tecnologia.
Apesar das travas nesse processo, a universidade assume o protagonismo de auxiliar no desenvolvimento regional. Por meio do Tecnovates, se estabelecem condições para pesquisas e melhoria no sistema produtivo, pois o centro tecnológico serve como um local de diálogo entre empresas, criando uma condição para a chamada coopetição. O conceito remete à ideia de unir a competição e a cooperação.
Como afirmou o reitor Ney Lazzari em entrevista ao anuário Tudo de 2012, como o Brasil se fortalece perante o mundo como uma referência em produção de alimentos, a Univates busca ingressar nessa premissa e se tornar uma instituição exponencial nas pesquisas da área.
Frente à Jornada da Alimentação, marcada para quinta e sexta-feira, se tem um momento oportuno para retomar essas discussões e dar andamento a um plano macro de busca da identidade do Vale e de desenvolvimento regional. Cabe aos atores regionais se unir, planejar e executar de uma vez o conceito de “Vale dos Alimentos”.

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