“Inovação não existe sem colaboração”

Lajeado

“Inovação não existe sem colaboração”

Thaís Reali apresentou fórmulas para transformar o conceito em realidade

“Inovação não existe sem colaboração”
Lajeado

A diretora e sócia da Reali Hub for Innovation, Thaís Reali, ministrou palestra na reunião-almoço da Acil ontem. Especialista em inovação, Thaís apresentou o case do primeiro empreendimento de habitação baseado na economia colaborativa no país e apontou fórmulas para transformar o conceito de inovação em realidade.

A administradora iniciou o painel dizendo ser impossível inovar sem colaboração. Segundo ela, a inovação passa necessariamente pela compreensão das necessidades e anseios das pessoas, e a busca por novas maneiras de suprir esses anseios.

“Inovar é quebrar paradigmas, sair do piloto automático e questionar as tarefas do dia a dia”, reforça. Segundo Thaís, para que isso ocorra, é preciso se colocar no lugar das pessoas para as quais a inovação é destinada, em um exercício de empatia.

Em seguida, apresentou diferentes dimensões nas quais é possível aplicar o conceito na prática e obter resultados positivos. Citou como exemplo empresas que buscaram o diferente em seus nichos de mercado e se tornaram referência.

Uma delas é o Netflix, que substituiu antigas formas de se ter acesso a esses conteúdos. Lembra que antes os consumidores precisavam pagar pelo conteúdo. “Pelo Netflix, ao invés de pagar por cada filme, você paga uma assinatura mensal e tem acesso a todo o conteúdo disponível”, compara.

Outro exemplo foi o do AirBnb, hoje o maior provedor de acomodações do mundo, e que não tem nenhum imóvel. “Criou uma plataforma onde as pessoas podem disponibilizar seus imóveis para locação, se tornando algo vantajoso tanto para o AirBnb quanto para os locatários e os locadores”, aponta.

De acordo com Thaís, existe uma série de oportunidades de inovação que podem ser aplicadas no cotidiano das empresas.

Habitação colaborativa

A palestrante também apresentou o case da empresa porto-alegrense Wikihaus Incorporadora, responsável pelo primeiro empreendimento de coliving do país, o Cine Teatro Presidente. O projeto conquistou o prêmio de Marketing da ADVB/RS, de 2016, na categoria Construção de Relacionamento.

Construído no local onde existiu um dos principais pontos culturais da cidade, o empreendimento mistura o antigo e o moderno ao preservar a fachada histórica e promover o conceito de habitação compartilhada.

Além de apartamentos, o prédio tem espaços para serem compartilhados entre os futuros moradores, inspirado no conceito de economia colaborativa. De acordo com Thaís, todo o projeto foi estabelecido por meio da colaboração.

“Por que preciso ir para São Paulo ou para fora do Brasil para fazermos coisas diferentes?”

A Hora – Como surgiu a ideia do Cine Teatro Presidente baseado na inovação por meio da colaboração?

Thaís Reali – A Wikihaus foi criada com a intenção de se posicionar como a primeira empresa de construção colaborativa, mas ainda não tinham lançado nenhum produto com esse conceito. Quando a minha empresa foi contratada para ajudar nesse empreendimento, percebemos a oportunidade de levar para o mercado imobiliário um conceito diferente. Começamos o trabalho de conhecer a região onde seria implementado. Foi uma imersão e conversa com moradores, lojistas e frequentadores. Foi aí que surgiu a ideia de fazer esse design colaborativo desse empreendimento. Também realizamos workshops com profissionais de diferentes áreas, outro com potenciais clientes e documentamos todo esse processo. Tudo baseado na filosofia de transformar o mercado imobiliário.

O que é o conceito de coliving e como ele se encaixa no mercado imobiliário?

Thaís – Mais do que compartilhar o espaço, é o estilo de vida que estimula a integração, a sustentabilidade e a colaboração. É algo real que está muito presente nas novas gerações. É um público jovem que já vive no conceito, pois já nascem conectados. Diante de um mercado imobiliário com poucas vendas, onde as empresas se seguram para conseguir sobreviver, a empresa vendeu 50% das unidades no pré-lançamento.

Como fazer com que a inovação se torne mais presente no dia a dia das pessoas e empresas?

Thaís – Vou citar como exemplo as minhas aulas na PUC, onde busco estabelecer formatos diferentes daquele do professor na frente ensinando para que os alunos aprendam. A primeira coisa que faço é mudar a sala e formar um círculo de cadeiras onde todos são iguais. Porque eu trago um conhecimento, mas isso não significa que os alunos não tragam conhecimento. Precisamos pensar em dinâmicas que aproximem, e isso num processo de cocriação é fundamental.

O interior está preparado?

Thaís – Quando trabalhamos com metodologias assertivas, conseguimos fazer com que os conceitos deem certo. Eu não vejo porque o interior não está preparado.

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