Nunca se precisou tanto da imprensa

Editorial

Nunca se precisou tanto da imprensa

Hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. O título deste editorial encabeça campanha publicitária da Associação Nacional de Jornais (ANJ) compartilhada pelos principais veículos de imprensa do país. Nos últimos anos, o jornalismo vive um profundo paradoxo. Nunca…

oktober-2024

Hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. O título deste editorial encabeça campanha publicitária da Associação Nacional de Jornais (ANJ) compartilhada pelos principais veículos de imprensa do país.
Nos últimos anos, o jornalismo vive um profundo paradoxo. Nunca se divulgou, nem se leu tanta notícia como hoje. Uma série de veículos surgiu ou se espraiou pelas novas formas de comunicação. As redes sociais se tornaram uma ampla câmara de ressonância e debate sobre o que é publicado nos próprios meios jornalísticos.
Variantes do jornalismo comunitário, militante, autoral e até de entretenimento, contribuem para a pluralidade de ângulos e dinamizam o acesso do público. Mas, e aqui o paradoxo, são parciais, imprecisos e, muitas vezes, falsos. Não podem nem pretendem reproduzir a referência do jornalismo profissional.
Diante do avanço das mentiras e falsidades propagadas pelas redes sociais, a imprensa tradicional ganha escala e ocupa, cada vez mais, o papel de curadora das informações. Pesquisa realizada no ano passado, também pela ANJ, já mostrava que 58% dos brasileiros confiam mais em jornais do que em outros meios de comunicação.
Enquanto a sociedade acompanha atônita e perplexa o compartilhamento e a disseminação de fakes e notícias sem procedência, o jornalismo sério, independente, produzido com base na apuração e na essência noticiosa, aparece no topo da relevância.
Por mais que os pilares de sustentação econômica do jornalismo foram abalados pela transformação tecnológica, aumenta o público disposto a remunerar o trabalho jornalístico na forma de assinatura. Na publicidade, anunciantes também já perceberam que curtidas e compartilhamentos nas redes sociais não se traduzem em resultados à altura daqueles alcançados com a mídia tradicional, seja jornal, rádio ou televisão.
Ao passo que a imprensa renova sua relevância e importância, cabe o desafio diário de buscar sustentação econômica que permita financiar o jornalismo como serviço criterioso e independente, movido pelo espírito público.
Vigília e olhar crítico sobre o poder, investigação, busca canina pela verdade factual, opinião, responsabilidade, análise, sensibilidade e uma dose certa de entretenimento. O A Hora estabelece sua linha editorial para esse modelo, apostando no jornalismo profissional como canal de confiança e credibilidade. Comemoramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa atentos às transformações tecnológicas e cientes do papel que temos a cumprir enquanto curadores da notícia.

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