A compra da casa própria é um dos principais objetivos das famílias brasileiras. Além de eliminar o aluguel, a aquisição de um imóvel assegura um bem de valor considerável para as gerações futuras. Tamanho investimento exige avaliação criteriosa diante das inúmeras opções de produtos e financiamentos disponíveis no mercado.
Para o economista e professor da Univates, Eloni Salvi, a decisão depende de critérios como o perfil e as condições econômicas da pessoa. Além de avaliar gostos, interesses e o comportamento financeiro, é necessário considerar as possíveis variações de uma economia instável como a brasileira.
Segundo ele, a compra deve ser balizada pela necessidade familiar, o que normalmente ocorre ainda na juventude.
Para avaliar o custo da aquisição ou do financiamento, aconselha pesquisar os valores de aluguéis em imóveis semelhantes. No caso de uma compra à vista, a comparação deve ser com o rendimento do capital em aplicações no mercado financeiro.
Para os financiamentos, é fundamental avaliar o custo das prestações e a projeção da variação ao longo dos anos, assim como as regras sobre seguros e penalidades no caso de inadimplência. “Os reajustes das prestações podem fazê-las ficar impagáveis”, lembra. Além disso, em caso de dificuldade financeira que impeça o pagamento das prestações, a família pode até perder o imóvel.
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Construir ou comprar pronto?
A opção por comprar um terreno e construir uma residência também precisa ser avaliada. Porém, Salvi aconselha fazer uma pesquisa com pessoas que realizaram obras semelhantes para saber os valores.
No caso de um imóvel pronto, a primeira providência é verificar se está legalizado, com todos os documentos em dia, e se pode ser transferido logo. Também é importante avaliar a qualidade da construção, desde os materiais utilizados até a estrutura, e se o preço está compatível.
Diferente de anos anteriores, relata Salvi, a compra do imóvel deixou de ser um investimento de elevada capitalização, principalmente devido às projeções de queda no crescimento populacional. Mesmo assim, considera que uma aquisição criteriosa, em valores competitivos e localização com potencial de valorização, continua sendo um bom negócio.
Após a compra, é fundamental assegurar a manutenção do imóvel para evitar a depreciação dos valores investidos.