Ter medo é uma emoção natural do ser humano. Na infância, é comum temer o escuro, monstros inventados e até o Papai Noel.
Conforme ocorre o desenvolvimento mental, alguns medos vão desaparecendo, principalmente aqueles ligados à imaginação.
Enquanto os relacionados à realidade tendem a se acentuar, tornando o medo uma espécie de protetor da vida.
O simples ato de atravessar a rua é um exemplo disso.
Por terem receio de serem atropeladas, as pessoas olham várias vezes para o mesmo local, a fim de ver se os veículos pararam.
Esse sentimento também age como um regulador da inteligência, impulsionando as pessoas a pensarem melhor sobre as coisas. Evita que tenham escolhas impulsivas, por temerem o fracasso.
Porém, quando em excesso, o medo acaba se tornando um problema. Gera sensações desconfortáveis, e pode até paralisar a pessoa.
Quadro que os estudiosos da saúde mental chamam de fobia. As mais comuns são por animais ou insetos; lugares, altura e água.
De acordo com a psicanalista Rebeca Katz, a fobia é um sintoma, resultado de algo que não foi completamente resolvido. Integra os transtornos de ansiedade, e pode causar sérios danos à saúde.
Fazendo com que o fóbico deixe de executar certas tarefas ou de frequentar determinados lugares, por não querer ficar frente a frente com o que lhe causa temor.
“Quando a ansiedade é muito grande, a fobia pode passar a determinar a rotina da pessoa, causando grande prejuízo no seu funcionamento. Há alguns casos em que o indivíduo não consegue ir mais ao trabalho e até não sair mais de casa.”
Este excesso ainda provoca reações físicas. O desconforto pode vir acompanhado de outros sintomas como sudorese, diarreia, palpitações, tremores e dores musculares.
Fuja da fobia
No momento em que há o confronto com a fobia, Rebeca afirma que não adianta tentar acalmar o fóbico, achando seu medo desproporcional.
“É necessário respeitar o fóbico, não forçá-lo. A confrontação invasiva com o objeto ou situação fóbica pode gerar um pico de ansiedade que causa grande mal-estar e uma sensação de descontrole.”
Os tipos de fobias mais comuns
– Andar de avião tem se tornado cada vez mais comum. Porém, o medo de acontecerem acidentes, de estar fechado, da altura e da falta de controle pode suscitar o pavor por esse meio de transporte.
– No dia a dia, o contato com insetos e animais pode causar fobias. Baratas (catsaridafobia), ratos e aranhas (aracnofobia) são alguns dos maiores temores pela transmissão de doenças. Já os cachorros, pelas mordidas.
– Ter medo de ser avaliado ou criticado tende a criar fobias sociais. Dentre elas, o medo de falar em público (glossofobia), comer e beber diante de outras pessoas, conversar, ir a festas e reuniões, entre outros.
– O temor de ficar preso e não conseguir sair do local é o que causa a claustrofobia. O elevador normalmente é o maior pânico de quem tem medo de lugares fechados, chamado de agorafobia. O pensamento mais comum é que o ar acabará.
– A acrofobia, ou medo de altura, está ligado ao temor de escorregar e despencar. Pessoas com essa fobia evitam olhar para baixo em lugares altos, chegar perto de janelas, escadas e mezaninos. O confronto lhes causa vertigem.
– Pessoas que têm fobia de sangue tem hematofobia. Elas temem o contato com qualquer objeto que possa provocar sangramento, como agulhas, e também não gostam de feridas e mutilações. Há sensação de náusea, e até podem ocorrer desmaios.
Fonte CPEM