Qual é a cor da sua baleia?

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Qual é a cor da sua baleia?

Desde antes de nascermos, já nos relacionamos com as pessoas, mas de forma simbólica. Já temos um lugar na família, na casa, já temos um nome e alguns planos idealizados para nós. Quando nascemos, nos tornamos reais. Então, concretamente, assumimos…

oktober-2024

Desde antes de nascermos, já nos relacionamos com as pessoas, mas de forma simbólica. Já temos um lugar na família, na casa, já temos um nome e alguns planos idealizados para nós.
Quando nascemos, nos tornamos reais. Então, concretamente, assumimos o papel de filho, neto, irmão, sobrinho, afilhado… Estamos inseridos numa hierarquia, necessária para saber qual o nosso lugar no mundo.
Mais tarde, assumimos tantos outros papéis e todos nos estruturam. Ou seja, nos relacionamos com as pessoas porque precisamos, para nos estruturarmos como seres humanos. Como dizia Jacques Lacan, o outro nos serve de espelho.
No aspecto social, enfatizamos três necessidades básicas: de hierarquia, de sentir-se aceito e de pertencimento a um grupo.
Nas últimas semanas, o jogo da baleia azul (me nego a escrever em maiúsculo), nos desafiou a pensar mais sobre como estamos nos relacionando conosco mesmos e com os outros, a quem nos submetemos, em quais grupos nos sentimos aceitos e onde nos sentimos pertencentes.
Impossível não questionar quem é este curador, a quem o jovem dá o poder de lhe dizer o que fazer. Que pessoa é essa que se coloca na posição de desafiar o outro a um jogo tão cruel? Quem é esse que manipula, controla, ameaça e pensa em tarefas tão destrutivas? Quem é esse que sente prazer em ver os vídeos, resultados dos seus desafios? E que aceita ser um curador justamente por prazer? Por que se dá tanto poder a uma pessoa que nem se sabe quem é? E que talvez justamente por isso sente-se à vontade para mostrar seu lado mais sombrio?
Ambos perfis, de jogador e de curador, podem estar passando despercebidos aos pais. Há a necessidade de diálogo sobre a valorização da vida, apesar das dificuldades e das frustrações. Há a necessidade de observação de comportamentos e atitudes. Há a necessidade de ação e firmeza.
Nesse sentido, ao mesmo tempo em que surgiu a baleia azul, surgiu também a baleia rosa (faço questão de enfatizar), que também lança desafios, porém, positivos, acessíveis e de valorização da vida.
Ou seja, nos foi mostrado um lado negro, mas também nos foi oportunizado ver uma ponta de luz. A baleia rosa nos instiga a fazer o bem, a nós e aos outros, inclusive animais e meio ambiente. Ela nos instiga ao diálogo.
Então, pais, vocês sabem o que seus filhos revelam aos outros? O que eles buscam nos outros, eles encontrariam em vocês? Qual é a cor da baleia que os desafia?
Graziela C. Ely
Psicóloga – CRP 07/13718
psicologagrazielaely@gmail.com

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