A manhã de hoje será de atos contra as propostas de reformas do presidente Michel Temer. Movimentos urbanos e rurais unem forças e promovem atos em todo país.
No Vale do Taquari, os protestos se concentram em Lajeado. Sindicatos urbanos e rurais interrompem o trânsito na BR-386, nos dois sentidos, por volta das 9h15min. A via será bloqueada por, no mínimo, uma hora. Os organizadores não descartam a possibilidade de interromper o trânsito por mais tempo.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que pretende adotar as medidas para manter o fluxo. De acordo com o órgão, as áreas bloqueadas serão isoladas. A PRF tentará viabilizar possíveis desvios para permitir a fluidez do tráfego.
Entidades contrárias aos bloqueios
As entidades empresariais como Acil e Cacis são contrárias aos bloqueios das rodovias. O presidente da Acil, Miguel Arenhart, afirma que a organização respeita o direito de greve promovido pelos sindicatos e movimentos sociais, mas é contrária quando interfere no direito de ir e vir.
O mesmo posicionamento é compartilhado pelo presidente da Cacis de Estrela, Pedro Antônio Barth. Segundo ele, a entidade respeita os atos e espera que sejam ordeiros.
Preparação
Ontem à tarde, movimentos e sindicatos se articularam para fazer cartazes. De acordo com o vice-presidente do Sindicomerciários, Ricardo Ewald, cada organização ficou responsável por produzir os materiais.
Governador em Estrela
A visita do governador José Ivo Sartori, na inauguração do Centro Materno-Infantil, no fim da manhã de hoje, pode ser marcada por protestos. O coordenador regional dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da região, Luciano Carminatti, não descarta essa possibilidade.
Segundo ele, em princípio, os protestos se concentram em Lajeado e encerram ao meio-dia. A caminhada passa pelas principais ruas da cidade. (Confira o trajeto no mapa).
Próximos passos
Carminatti avalia que esse ato será importante para pressionar o Congresso Nacional. Mas considera essencial uma mobilização permanente para impedir o avanço das reformas. “Não pode acabar nesta sexta-feira é necessário uma agenda massiva que inclua, além dos protestos, ocupações de órgãos públicos.”
Direito constitucional
O Ministério Público do Trabalho, por meio de nota, afirma que o direito à greve é assegurado pela Constituição. No texto, considera o movimento justo e adequado como meio de resistência dos trabalhadores às reformas trabalhista e previdenciária, diante da ausência de consulta efetiva aos representantes dos trabalhadores.
O órgão se posiciona contra as medidas propostas. Considera que os projetos enfraquecem os direitos fundamentais dos trabalhadores e violam a Constituição federal e as Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho.
Serviços paralisados
Os cartórios eleitorais das comarcas da região estarão fechados hoje. A determinação é do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Em Cruzeiro do Sul, as escolas municipais estarão fechadas. Professoras foram convocadas pelo sindicato da categoria a participar da manifestação. As atividades ficam suspensas nos dois turnos. Apenas a escola 25 de Julho mantém atividades normais.
Em Encantado, o prefeito Adroaldo Conzatti cortará o ponto dos funcionários que aderirem à greve. Segundo uma das representantes do Sindicato dos Servidores Municipais, a adesão dos funcionários deve ser baixa.
A Polícia Civil faz operação padrão. Apenas ocorrências graves serão registradas. O Fórum terá funcionamento normal.
Aprovada em primeiro turno
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira à noite o texto-base da reforma trabalhista. A votação foi marcada por protestos da oposição.
O texto foi aprovado por 296 votos a favor e 177 votos contra. O projeto altera mais de cem pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Faltam votar os destaques que alteram pontos do texto do relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). O texto segue para o Senado.
Entre as alterações, a medida estabelece que nas negociações trabalhistas poderá prevalecer o acordado sobre o legislado e o sindicato não mais precisará auxiliar o trabalhador na rescisão.