A atuação de pedintes e flanelinhas nos arredores da Praça da Matriz ecoa no poder público. Ontem um grupo de comerciantes participou de reuniões com o prefeito Marcelo Caumo e o comando do CRPO do Vale do Taquari para cobrar soluções para os problemas de segurança.
A primeira reunião ocorreu pela manhã, no gabinete do prefeito. O vereador Éder Spohr (PMDB) entregou para Caumo um abaixo-assinado com 1.530 assinaturas cobrando a contratação, por parte do município, de uma empresa de vigilância privada para atuar no local.
Caumo descartou a hipótese. Segundo ele, a administração não pode realizar ações desse tipo em pontos isolados da cidade. “Se aceitarmos o pedido de contratação de uma vigilância para a Matriz, em seguida seria pedido em outras praças e parques.”
Segundo o prefeito, a proposta é inviável e o município pode pensar em outras ações para melhorar a sensação de segurança no local. “A prefeitura pode organizar e participar, mas uma vigilância teria de ser contratada pelas pessoas da redondeza, não com dinheiro público.”
Conforme Spohr, os empresários já arcam com custos da segurança em seus estabelecimentos, e uma nova despesa praticamente inviabilizaria os empreendimentos. De acordo com os empresários, o movimento de clientes tem diminuído nos últimos meses devido ao constrangimento causado pelos pedintes.
Segundo eles, os consumidores se queixam das abordagens agressivas por parte de pessoas estranhas ao local. Afirma que os pedidos não partem dos moradores de rua que frequentam o local e que as situações aumentam durante os fins de semana.
De acordo com o secretário de Segurança, Paulo Locateli, uma das possibilidades é realocar câmeras de segurança para cobrir a totalidade da praça, conectadas com a central da BM. “Melhorando a tecnologia, vamos melhorar o cenário”, acredita.
Segundo ele, a BM assegurou a ampliação do número de responsáveis pelo monitoramento na central para que o serviço seja acompanhado 24 horas por dia.
Conforme Locateli, a instalação das câmeras levaria um prazo mínimo de 60 dias. O motivo seria a necessidade de aplicar os equipamentos também na área do presídio, considerada prioritária diante do número de fugas e demais ocorrências.
Baixo índice de ocorrência
Conforme Locatelli, os arredores da Praça da Matriz têm baixo número de ocorrências na comparação com outras regiões da cidade. Segundo ele, isso se explica porque boa parte das vítimas não faz o registro nas autoridades.
Lembra que a BM determina suas rondas de acordo com os índices oficiais de criminalidade e que a corporação sofre com uma defasagem de cerca de 60% do efetivo. Para Locateli, outras propostas, como eventos para ocupação do espaço urbano, também podem melhorar a sensação de segurança no local.
