Pelas mãos da comunidade

Editorial

Pelas mãos da comunidade

Parte da identidade regional está vinculada à participação dos líderes no atendimento de necessidades comunitárias. Os exemplos ficam por conta das iniciativas de organizações não governamentais, sejam vinculadas a classes sociais ou a defesas exclusivas de determinadas áreas, como no…

oktober-2024

Parte da identidade regional está vinculada à participação dos líderes no atendimento de necessidades comunitárias. Os exemplos ficam por conta das iniciativas de organizações não governamentais, sejam vinculadas a classes sociais ou a defesas exclusivas de determinadas áreas, como no direito dos animais, nos serviços dentro de presídios ou na busca por melhorias na segurança pública.
Talvez parte desse comportamento esteja vinculada à história regional. Ao fato de a imigração europeia ter construído esse perfil de união pelo bem comum. Famílias se uniram para levantar as igrejas, as sedes sociais ou mesmo para ajudar o outro na colheita. Essas ações foram os primórdios do que hoje se conceituou em chamar de cooperativismo.
Hoje mais um episódio de atuação comunitária será oficializado, com a inauguração do quartel da Brigada Militar (BM) em Teutônia. Uma cidade deste porte não poderia continuar com um espaço tão tímido destinado à corporação militar. A partir desse pensamento, empresários, agentes públicos e voluntários chegaram ao formato ideal. Sem dinheiro do Governo do Estado, a força motriz se sustentou no engajamento da comunidade.
Por meio do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), foram angariados mais de R$ 700 mil para a construção. O terreno de 1,1 mil metros quadrados foi cedido pela administração municipal. Mais uma obra feita pela parceria entre forças da comunidade, pois os prédios do Corpo de Bombeiros Voluntários, da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Estadual foram erguidos pelo mesmo modelo.
Esse tipo de iniciativa carrega um simbolismo capaz de transformar uma carência em virtude. Em meio à dificuldade, a própria comunidade assume o papel do Estado. Atos como esse merecem reconhecimento e elogios. Essa capacidade de solucionar problemas vai ao encontro daquilo pregado pelo governador José Ivo Sartori desde os primeiros dias de governo – que a união das pessoas é a força necessária para superar os obstáculos.
Apesar do eufemismo do governador, de defender as ações comunitárias frente a incapacidade do Piratini em contribuir, a cobrança por um serviço e pela participação do Executivo não deve esmorecer. A comunidade tem iniciativa, mas ao Estado cabe a obrigação de diagnosticar os problemas do serviço público e corrigi-los.

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