Daer cancela viagens intermunicipais

Estado

Daer cancela viagens intermunicipais

Medida foi confirmada ontem em razão da greve geral marcada para esta sexta

Daer cancela viagens intermunicipais
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A greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos sociais nesta sexta-feira, 28, ocasiona mudança nos serviços. O Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) determinou que as empresas responsáveis pelo transporte intermunicipal cancelem as viagens. A medida foi anunciada no fim da tarde de ontem e vale para todo RS.

A ordem é que as rodoviárias do estado parem as atividades a partir das 4h de sexta-feira. As linhas com chegada prevista após esse horário não poderão deixar o local de embarque. O Daer também determinou que os passageiros com passagens compradas antecipadamente sejam ressarcidos. Os usuários também podem optar pela remarcação do embarque sem custos adicionais.

Conforme o administrador das rodoviárias de Lajeado e Estrela, Nelson Noll, não é possível fazer uma projeção de quanto tempo e quantas linhas não atenderão a região. De acordo com ele, a proibição de desembarque dos ônibus a partir das 4h não poderá ser cumprida de forma integral. “Na prática, temos ônibus interestaduais que vão ter que parar em um determinado momento.”

Noll não confirma se o atendimento na região será mantido durante a manifestação. “Existia uma expectativa que os ônibus que atendem a região funcionassem. Mas até agora não temos ideia se eles vão parar ou não.”

Usuários que já têm bilhetes comprados podem reaver o dinheiro ou marcar a viagem para outra data e/ou horário. Para isso, basta ir até as estações com a passagem em mãos para fazer a troca.

Todos os dias, cada uma das estações administradas por Noll atende cerca de 80 linhas divididas em 200 horários.

Organização no Vale

Na região, cerca de 50 sindicatos organizam os protestos contra as reformas da Previdência e Trabalhista e a lei de terceirizações, já sancionada pelo governo Michel Temer. Apenas em Lajeado, os organizadores esperam a presença de mais de mil pessoas nos protestos.

O grupo deve se reunir a partir das 8h30min na avenida Piraí, no bairro São Cristóvão. O roteiro prevê uma caminhada até o centro, com a manifestação encerrando na Praça do Chafariz, por volta das 12h.

Os primeiros encontros sobre o protesto ocorreram na semana passada. Uma comissão, formada por seis sindicatos, se reúne mais uma vez a partir das 13h30min de hoje. No dia da greve geral, os sindicatos trabalhistas do Vale não atendem.

Setor empresarial critica manifestação

Dizendo temer a volta do que chamou de “grevismo”, a Fiergs lançou nota em que repudia a greve geral convocada em protesto contra as reformas em tramitação no Congresso Nacional. No texto, a entidade diz considerar inadmissível a medida tomada pelos sindicatos e movimentos sociais (confira a nota na íntegra ao lado).

A Federação e o Centro das Indústrias (Fiergs) se posicionam contra a paralisação dos serviços de transporte e bloqueio de rodovias, ruas e espaços públicos, conforme vem sendo divulgado pelos organizadores da greve desta sexta-feira. Essas ações, ao impedir o acesso aos locais de trabalho e a liberdade de ir e vir dos cidadãos, como os piquetes nos portões das fábricas, acabam dando a falsa ideia de adesão ao movimento.

Nota Fiergs

Não é admissível paralisações na atual crise da economia brasileira e em especial do Rio Grande do Sul.  Se quisermos ajudar a mudar o país temos que olhar criticamente para o ressurgimento do “grevismo” de minorias e compará-lo às mobilizações legítimas baseadas na liberdade de expressão que vinham sendo realizadas aos domingos, sem atrapalhar a circulação de pessoas.

As medidas a serem adotadas pelos Sindicatos filiados à FIERGS e pelas indústrias associadas ao CIERGS deverão ter como objetivo a preservação da integridade pessoal de seus trabalhadores e do patrimônio empresarial.

Tanto os sindicatos como as empresas precisam estar em contato direto com as forças de segurança pública locais avaliando as decisões para garantir a tranquilidade do setor produtivo no Rio Grande do Sul.

Cumpre alertar também que a legislação  prevê o desconto do dia parado dos salários dos trabalhadores, já que a falta é entendida como suspensão do contrato de trabalho, de acordo com a Lei nº 7.783/1989 e no Art. 9º da Constituição Federal.

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