Brigada Militar (BM) e Polícia Civil (PC) procuram por Antônio Sidnei da Silva Rosa. Ele é apontado como o autor do assassinato de Ângela Maria Ribeiro, 47, por volta às 14h30min na rua Júlio de Castilhos, no bairro Cristo Rei.
Rosa era ex-marido de Ângela, e já havia sido detido por agressão contra a mulher, a qual estava sob medidas protetivas que impediam a aproximação do ex-companheiro. A restrição legal não foi o suficiente para evitar o crime de ontem. As investigações preliminares indicam que o homem armou uma emboscada para a ex-mulher.
Segundo os depoimentos colhidos pela BM e PC, Rosa esperou que Ângela estacionasse no prédio onde morava, localizado entre a escola Vidal Negreiros e o Estrela Palace Hotel. Assim que ela parou o veículo, ele entrou pelo banco do carona e atirou diversas vezes. Três tiros atingiram a cabeça.
Ângela conseguiu sair do carro e gritar por socorro, enquanto Rosa fugia em um Renault Clio azul. Os vizinhos logo tentaram ajudá-la. Segundo uma das vizinhas, uma médica passava pelo local e prestou os primeiros socorros. Ângela chegou a ser levada ao Hospital Estrela, mas morreu pouco depois.
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Agressões e despiste
Logo após atacar a ex-mulher, Rosa enviou uma mensagem para um dos irmãos da vítima dizendo que estava na barranca do Rio Taquari e que se mataria. A polícia foi informada e fez buscas no local, mas ele não foi encontrado. De acordo com o major Marcelo de Abreu Fernandes, o recado foi uma forma de despistar os policiais.
Nos primeiros contatos com testemunhas e familiares, Fernandes diz reconhecer o perfil de um homem violento e agressivo. “Ele tem uma ocorrência por violência doméstica em 2014 e, segundo o irmão dela, fez outras ameaças que não foram registradas.”
No levantamento da PC, foi averiguado que Rosa foi preso há cerca de quatro meses por agressões contra Ângela. O casal estava separado, mas ainda mantinha contato, o que leva o delegado José Romaci Reis a acreditar que ele tenha marcado o encontro com ela antes de cometer o crime. “Ele estava esperando ela na frente do prédio, ela só estacionou e já entrou no carro dela. Por isso acho que tinha marcado antes.”
Uma das possíveis testemunhas do crime é uma criança, que ainda não tinha sido identificada. De acordo com o major Fernandes, ela passava pelo local no momento em que Rosa atacava Ângela.
Ainda ontem à tarde uma das moradoras do prédio já trabalhava para trocar a fechadura do prédio. Ela relatou que Ângela era a síndica do local e dizia ter uma boa relação com a vítima. Sem se identificar, ela mostrava preocupação com um retorno de Rosa ao prédio. “Ele é perigoso”, dizia ela.
Tentativa de homicídio
Pouco antes do assassinato, Rosa tentou matar a mãe de Ângela. Ele foi até a casa da mulher, onde a espancou e amarrou em uma cadeira. Depois, abriu o gás do fogão, tentou iniciar um incêndio e saiu em direção ao encontro da ex-mulher.
A mãe de Ângela foi solta com ajuda dos vizinhos, que escutaram os gritos dela e a soltaram, chamando a BM. Ângela era mãe de uma adolescente de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior ao que teve com Rosa.