O consumidor que esperou as liquidações pós-Páscoa para comprar ovos de chocolate encontrará preços altos. Os poucos itens que restaram nos mercados seguem com os mesmos valores. O setor avalia se liquida parte dos produtos que sobrou. A maioria será devolvida aos fornecedores.
Segundo a gerente operacional de um mercado, Viviane Picinin, a própria indústria adotou essa prática para romper a cultura de parte dos consumidores que deixam para fazer as compras depois da Páscoa.
“Muitas pessoas deixavam a data passar para adquirir os presentes e compravam com um preço muito menor. Para mudar esse comportamento, algumas empresas preferem recolher os produtos.” Apenas os itens de fornecedores que não recolherem serão liquidados. Nesses casos, o preço pode cair até 50%.
De acordo com o gerente de uma rede de mercados da região, Elton Fisher, os fornecedores orientam a manter os mesmos preços e a devolver os ovos que sobraram. As promoções foram feitas apenas no sábado. A queda de 10% no preço de ovos de alguns fornecedores colocou fim ao estoque de alguns produtos.
Segundo ele, ao longo da semana, alguns produtos foram repostos. “Apenas por isso houve sobra. Se não, o volume seria ainda menor.”
A situação é a mesma em lojas especializadas em chocolates. Segundo a gerente, Paula Girardi, os produtos que restaram não terão descontos. Os ovos serão recolhidos pela indústria.
Vendas positivas
Os poucos itens que sobraram nas parreiras demonstram um saldo positivo nas vendas. De acordo com Fisher, 99% dos produtos adquiridos foram vendidos. Um número animador se comparado ao ano passado.
Na avaliação de Viviane, o volume foi um pouco menor e atingiu cerca de 75% do estoque adquirido.
Apesar do balanço positivo, os estoques de ovos foram menores neste ano. Diante do cenário de instabilidade econômica, a indústria reduziu a produção, tendo em vista que o consumidor aderiu aos itens menores, como as barras e bombons. Segundo levantamento da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), cerca de seis milhões de caixas de bombons foram comercializadas.
O estudo mostra que a venda de ovos de Páscoa caiu 12% em relação ao ano passado. Foram comercializados 6,5 milhões de unidades.
Conforme o levantamento, enquanto em anos anteriores a sobra de ovos de chocolate após o domingo de Páscoa atingia 4%, neste ano, não ultrapassará 1%.
Depois dos excessos
O feriado de Páscoa costuma ser marcado pelos excessos.
Segundo a nutricionista, Fernanda Reali, a partir de agora, é fundamental retomar o equilíbrio e os hábitos saudáveis. Um dos desafios é contrabalançar os níveis calóricos para compensar o que foi adquirido.
Para isso, ela sugere manter a hidratação por meio do consumo de água, chás e sucos naturais e consumir alimentos ricos em fibras, que favoreçam a termogênese – auxiliam a queima de calorias – como o gengibre e a canela. Também orienta aliar a alimentação saudável à prática de exercícios para auxiliar na queima de calorias.
Fernanda sugere aos pais controlar o consumo de chocolates pelas crianças. “É necessário verificar o perfil e as características de cada uma. Aquelas que são ativas, que estão dentro do peso e não têm problemas de saúde, podem comer os chocolates, mas em um ritmo devagar.” Ela sugere um consumo de 20g diária de chocolate. A quantidade equivale a um bombom ou a uma barra pequena.
É necessário dar preferência aos ricos em cacau, com pouco açúcar e gordura. Segundo ela, o chocolate, se consumido com moderação, é benéfico ao organismo e estimula o sistema nervoso central. Produz serotonina, o hormônio do bem-estar, e tem antioxidantes.