Falta de professores obriga adequação

Teutônia

Falta de professores obriga adequação

Estudantes criticam déficit e cobram uma solução por parte do governo estadual

Falta de professores obriga adequação
Teutônia
oktober-2024

A recorrente falta de professores na Escola Estadual de Ensino Médio Reynaldo Affonso Augustin, de Canabarro, exige mudanças na organização dos docentes. Uma faixa vermelha em frente ao segundo maior educandário de Vale em número de alunos mostra o descontentamento.

Estudantes pedem a reposição das vagas para dar continuidade aos estudos. Eles se preparam para o simulado trimestral marcado para maio e o Enem.

A defasagem tem se agravado desde o primeiro dia do ano letivo. Hoje o déficit afeta os três turnos. No turno da manhã são contabilizados 45 períodos de 50 minutos cada, sem professor. À tarde, durante sete períodos, alunos do Ensino Fundamental ficam ociosos. A noite, são 17, de 48 minutos cada. Faltam 56,9 aulas.

A coordenadora pedagógica, Roseli Schneider Aschebrock, 51, analisa a grade de horários e revela que desde 2009 é o maior déficit. O prejuízo do trimestre sem conteúdo em Geografia e Educação, por exemplo, recai sobre o 6º, 7º, Ensino Médio e o Ensino para Jovens e Adultos (EJA). “A direção ocupa os alunos com jogos de tabuleiro, atividades físicas, leitura e cálculo”.

A Coordenadoria Regional de Educação prevê a reposição. Entretanto, a reivindicação precisa de aprovação em assembleia. A previsão é que a situação seja normalizada até maio. Mesmo com o complemento, o conteúdo é lecionado em período inferior ao programado. “é difícil recuperar. O professor tem de condensar o conteúdo.”

Na escola, mas sem aprender

Teilor Matheus Lang, 13, ingressou no 6º ano com a expectativa de rigor nas aulas. Ele deseja chegar à faculdade e se formar em mecânica. Entretanto, sofre com a falta de professor. “É ruim, porque não temos aprendizado e isso faz falta depois de velho.”

Catieli Viecilg, 11, compartilha do mesmo sentimento. Sonha em se formar em Medicina e acredita que as aulas que perdeu no primeiro trimestre não serão compreendidas como deveria. Não tem nem como ir atrás, pois não sabemos o que irão ensinar. Minha mãe ligou para a CRE e disseram que não teria professores tão cedo”.

Paola Cavalheiro, 11, revela que, em invés de receber conhecimento, recebe bola para jogar na quadra. “Ficamos na quadra quando tem bola ou conversamos. Minha mãe ficou surpresa e triste porque o ensino define o futuro”.

Carlos Padilha, 17, ingressou no 1o ano noturno e constatou a falta de sete professores. Diante do problema, mudou de turno. “É uma vergonha isso. Tem muita gente que vem para a escola e quer estudar, aprender coisas novas, mas se não tem quem ensine nada acontece”.

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