A esperada obra de duplicação da ponte sobre o Arroio Saraquá, na ERS-413, pode ficar pronta em 135 dias. É esse o prazo que consta na ordem de reinício dos trabalhos, firmado entre o governo estadual e a Construtora Premold. A passagem terá cerca de 30 metros de extensão e atende a reivindicação que perdura desde 2002.
O ato oficial de assinatura ocorreu nessa quinta-feira à tarde, em frente a uma residência próxima à ponte. O secretário estadual de Transportes, Pedro Westphalen, representou o governador José Ivo Sartori. “Obras como essa só ocorrem desta forma, mediante a união de partidos, do Executivo e do Legislativo. É um ato de decisão política”, diz.
A obra custará R$ 870 mil aos cofres do Estado. O governo de Lajeado será responsável pelas duas cabeceiras, além dos serviços de aterro.
Westphalen elogia a atuação de políticos da região. “Gestão é fazer escolhas. E como todos sabem, o Estado está com poucos recursos. Logo, a escolha desta obra na ERS-413 impede a realização de empreendimentos em outras cidades. Tudo isso graças ao empenho dos líderes do Vale do Taquari”, diz.
Prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo participou do ato. Ele corrobora com as palavras de Westphalen. “Nós incomodamos o Pedro. Sabíamos que era uma demanda complicada para o momento do Estado, mas o interesse de tantas comunidades, de Lajeado e Santa Clara do Sul, predominou para esse novo acordo.”
Ato simbólico de assinatura do serviço ocorreu nessa quinta, às margens da ERS-413
15 dias para mobilização
De acordo com o agente administrativo da 11ª Superintendência Regional do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) de Lajeado, Sadi Marques, o contrato firmado com a Construtora Premold prevê até oito meses de serviços, e não 135 dias, como consta na Ordem de Reinício de Serviço. “E haverá pelo menos 15 dias só para a mobilização.”
Sobre licenças ambientais, Marques garante que tudo já está legalizado. “Está tudo aprovado. Não há nenhuma interferência. A obra está pronta para ser executada”, atesta o servidor.
Responsável pela empresa contratada, Nelson Barbosa, também cita um prazo de oito meses para conclusão da obra. “Mas a previsão mais otimista é fazer em, no máximo, seis meses. Tudo dependerá de uma série de fatores. Intempéries, por exemplo, e também a retirada de pontos de luz.” Barbosa se refere a um poste localizado próximo ao ponto onde será construída a nova ponte.
Pedro Westphalen afirma que a obra foi garantida por um “ato político”
“Espero que, desta vez, saia do papel”
O aposentado Rudi Miguel Gabriel, 51, mora a pouco mais de 100 metros da ponte. Ele perdeu as contas de quantos acidentados já ajudou desde que fixou residência às margens da ERS-413. “Toda hora acontece algum acidente. A maioria sem gravidade. Esta ponte é de 1975 e sempre foi um risco por se tratar de uma via única”, resume.
Sobre a ordem de início dos serviços, demonstra receio em relação à conclusão em um prazo de seis meses. “Logo que asfaltaram a rodovia, já deveriam ter duplicado a ponte. Depois foram várias promessas. E todas foram descumpridas. Espero que, desta vez, saia do papel”, diz.
Presidente da Associação dos Moradores do Bairro São Bento, localidade com mais de três mil famílias, Gilsone Sartori critica a morosidade da obra. O contrato renovado ontem foi assinado em novembro de 2011 e, desde junho de 2012, estava suspenso.
“É preciso colocar os pingos nos ‘is’. Pois essa obra foi garantida, principalmente, pela força da comunidade”, afirma. Além dele, participaram do evento de assinatura do novo contrato os vereadores Éder Spohr (PMDB), Fabiano Bergmann (PP) e Marcos Schefer (PMDB), e ainda o deputado estadual, Edson Brum (PMDB).
Detalhes da obra
A obra está orçada em R$ 870 mil e será toda custeada pelo governo estadual. A nova ponte deverá ter 30 metros de comprimento e 12 de largura, com capacidade para suportar até 45 toneladas. Após a conclusão dela, a ponte antiga, construída faz mais de 40 anos e hoje com capacidade para 36 toneladas, será reforçada para também atingir o limite de 45 toneladas.
O Daer e os governos do Estado e de Lajeado não preveem interrupções no trânsito durante o período das obras. Segundo o chefe dos setor de Projetos Especiais da prefeitura, Isidoro Fornari, que participou das tratativas para agilizar a obra, a ideia é manter a estrutura antiga liberada para o fluxo de veículos até a liberação da nova ponte.
Fornari esclarece que o projeto reiniciado na quinta-feira foi desenvolvido em 2011 pela administração municipal. Desde então, passou por ajustes de preços. Já durante o governo do ex-prefeito, Luís Fernando Schmidt (PT), houve a tentativa de emplacar uma nova proposta, que previa a demolição da ponte antiga e construção de duas passagens novas, a um custo de R$ 2 milhões.
