Corrente solidária garante cirurgia de Estefany

Fazenda Vilanova

Corrente solidária garante cirurgia de Estefany

Família também conseguiu, na Justiça, a cobertura do tratamento

Corrente solidária garante cirurgia de Estefany
Vale do Taquari
oktober-2024

As campanhas para ajudar no tratamento da menina Estefany Fátima da Luz alcançaram o objetivo. Mais de R$ 84 mil foram doados às contas da família em cerca de 20 dias, valor suficiente para custear a cirurgia de urgência para correção de deformidades na face.

Junto com isso, a família recebeu a notícia de que a Justiça determinou o custeio do tratamento por parte do poder público. Com isso, caso a arrecadação não fosse suficiente, o Judiciário bloquearia os valores diretamente da conta do Estado.

De acordo com a mãe de Estefany, Eliane, a repercussão do caso mobilizou pessoas de vários estados e até do exterior. “Muitas pessoas se sensibilizaram. Recebi ligações de fora do país e visitas de moradores de Portão, Venâncio Aires, Porto Alegre e de várias cidades do Vale do Taquari.”

Eliane verificou a conta bancária nessa segunda-feira. Ao perceber que já havia dinheiro suficiente para o procedimento, contatou com o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, para acelerar os trâmites da operação. “Cabe ao hospital definir a data.”

Os R$ 84,6 mil são suficientes para custear seis placas e 30 pinos necessários para a operação. Já o procedimento e os honorários médicos serão custeados pelo SUS. Hoje, a família vai a Porto Alegre para consulta com a equipe clínica.

Recursos públicos

De acordo com a advogada da família, Caroline Magagnin, o TJ de Estrela decidiu que a administração do RS custeie todas as necessidades de Estefany. Segundo ela, a Justiça deve pedir o bloqueio das contas do Estado para os próximos procedimentos necessários.

A previsão é de que Estefany realize pelo menos mais três cirurgias e precise de intervenções até os 20 anos. Como os valores arrecadados alcançaram o necessário para a cirurgia, não será pedido o bloqueio das contas neste momento.

Conforme Caroline, pode acontecer de o Estado ficar isento da responsabilidade, a depender do andamento das arrecadações. “Pode-se precisar de R$ 500 mil e todo o valor ser arrecadado por meio de campanha, o que evitaria a necessidade de bloquear esses recursos do Estado.”

Caroline afirma que o Judiciário costuma ser solidário com esse tipo de caso. Segundo ela, caso as campanhas não fossem realizadas ou não alcançassem os valores necessários, o Estado seria obrigado a custear todo o tratamento.

Entenda o caso

Estefany nasceu com uma doença rara, Síndrome da Banda Amniótica.

A criança de 1 ano e 6 meses precisa de uma cirurgia de urgência para evitar a perda da visão do olho esquerdo. O procedimento é pago pelo SUS, mas o sistema não cobre o custo dos materiais.

A doença causa fissuras e deformidades no rosto. Estefany nasceu sem palato (céu da boca), por isso, precisa se alimentar por sonda e o problema impede que ela feche um dos olhos, causando a perda da visão. Além disso, tem dor de ouvido constante devido ao acúmulo de secreção.

Logo após o nascimento, no hospital de Estrela, Estefany foi transferida para o Hospital de Clínicas, onde passou 80 dias em observação. Na época, a família gastou todas as economias em procedimentos ortopédicos.

Depois que Estefany nasceu, a mãe precisou abandonar o trabalho para cuidar da menina. Com isso, o pai, servidor municipal, tornou-se a única fonte de renda da família. “Somente em colírios, gastamos R$ 1,2 mil por mês, mais R$ 400 com leite especial”, diz Eliane.

A história da menina foi parar nas redes sociais e resultou em diversas manifestações de solidariedade. Famosos, como o técnico do Grêmio Renato Portaluppi, ajudaram a divulgar a campanha.

Músicos da região também se mobilizaram para organizar uma festa para arrecadação de fundos, e o artista Paulinho Mixaria promoveu um show beneficente em Fazenda Vilanova. Além disso, danceterias, lojas, academias, políticos e pessoas anônimas organizaram rifas e outras promoções para auxiliar na arrecadação.

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