Câmara analisa mudanças na  concessão de transporte escolar

Lajeado

Câmara analisa mudanças na concessão de transporte escolar

Projeto transfere às escolas a definição dos alunos que têm direito

Câmara analisa mudanças na  concessão de transporte escolar
Lajeado
oktober-2024

Uma proposta em tramitação na câmara de vereadores pretende alterar os critérios para concessão de passagens de ônibus aos estudantes da rede municipal. No início do ano letivo, o governo decidiu autorizar o transporte apenas para alunos que residam a uma distância mínima de três quilômetros da escola. A medida não foi aceita pelos pais daqueles que perderam o benefício.

O projeto foi apresentado pelo presidente da casa, Waldir Blau (PMDB), que defende a redução do trajeto mínimo para 1,5 quilômetro. Outra mudança proposta é que casos específicos sejam decididos pelos Conselhos de Pais e Mestres (CPMs) e direção das escolas. “Se a comunidade escolar entender ser necessário uma criança que reside a 1,2km de distância receber passagem, ela poderá conceder o benefício.”

A proposta original receberá outra emenda, do próprio Blau, prevendo a liberação do transporte levando em conta as condições do trajeto a ser percorrido pelos alunos. “Vamos acrescentar a gratuidade para crianças menores e também levando em conta a periculosidade do percurso.”

Os detalhes devem serão debatidos em reunião entre o CPM da escola Capitão Felipe Dieter, o prefeito Marcelo Caumo e vereadores. O encontro ocorre hoje, às 16h, no gabinete do prefeito.

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Escolas afetadas

Entre os estudantes que perderam o benefício, as maiores reclamações partem da comunidade escolar da Felipe Dieter. Nesta semana, os alunos afetados não estão frequentando a escola, pois os pais alegam não ter como levá-los no horário escolar e nem pagar o transporte privado. Nessa terça-feira à tarde, 4, 42% dos estudantes do turno da tarde não participaram das aulas.

A Felipe Dieter fica localizada no bairro Imigrantes e atende alunos do Igrejinha, principal bairro atingido até o momento. O CPM da escola pressiona o governo para rever a medida. O grupo é favorável ao projeto apresentado por Blau, que pode ser votado na próxima sessão.

Pelo menos 19 estudantes das escolas São Bento e Nova Viena também perderam as passagens no início do ano letivo. Ao contrário da instituição do bairro Imigrantes, as direções garantem que os alunos não deixaram de frequentar as aulas.

Uma das famílias que precisou reorganizar a rotina em razão da mudança foi a da bibliotecária Carla Gisch. Ela mora a cerca de 1,2 quilômetro da escola São José de Conventos, onde a filha Carolina, de 9 anos, estuda. “Meu marido traz ela para escola e eu levo de volta, mas hoje ela sai mais cedo por causa da reunião pedagógica.”

Carla conta que foi pega de surpresa com a notícia de que não receberia mais passagens de ônibus.  “Em fevereiro, quando era para receber as primeiras passagens, elas não foram entregues. No início de março, recebemos um bilhete dizendo não teria mais.” A bibliotecária questiona os critérios adotados pela Secretaria de Educação (SED) para definir o corte.  “Não entramos nos 3km de distância exigidos pela lei, só que o percurso é bastante complicado.”

Na opinião dela, seria necessário levar em conta as dificuldades do percurso a ser percorrido pela filha. “É uma estrada de chão e um bom trecho não tem casas, apenas mato dos dois lados e passa pela Apama, onde frequentemente tem cachorros na rua.”

Na estrada que liga a casa de Carla à escola da filha, não há calçada e os pedestres dividem o espaço de circulação com os veículos. O tempo para percorrer o caminho a pé é de cerca de 30 minutos.

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