O julgamento da cassação da chapa Dilma e Temer, iniciado – e suspenso – ontem no STF, é o que há de mais esquisito nos últimos anos. A acusação é de abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral – transcrito num português mais compreensível, é uso de dinheiro de caixa 2, ilícito, oriundo, dentre outras fontes, da Odebrecht.
A primeira esquisitice do processo reside na tentativa dos advogados de Temer em tentar comprovar que a candidatura dele e de Dilma não era uma coisa só. É bizarro. Se não há dúvida de que a chapa vencedora em 2014 se beneficiou de recursos ilegais, ela deve ser cassada, e pronto. Não faz qualquer sentido separar as duas contas, pois foram eleitos valendo-se das mesmas vantagens.
A segunda é a enrolação e o adiamento do processo. Sem surpresa, os ministros do STF aceitaram pedido dos advogados e suspenderam o julgamento, que deve ser retomado apenas no fim do mês. Quanto mais conseguirem enrolar, mais tempo PT e PMDB ganham para articular a corrida eleitoral do próximo ano. Afinal, isso é o que mais importa para eles.
Se o julgamento se prolongar pelos próximos meses, como provavelmente ocorrerá, chegará um ponto em que tirar Temer se tornará contraproducente. Fazê-lo só criaria marola e levaria a uma eleição indireta pelo Congresso, que escolheria alguém muito parecido com Temer, senão o próprio, para tocar o país pelo pouco tempo restante.
Dois anos, cinco meses e dez dias depois da eleição presidencial, Dilma e Temer voltam a sentar lado a lado, pelo mesmo interesse. Separados, mas juntos, tentam escapar da cassação por suspeitas de se elegerem com auxílio de dinheiro desviado.
Cumprindo promessa
Marcelo Caumo apresentou, ontem à tarde, oficialmente, o engenheiro e arquiteto Ênio Perin para reconstruir o Plano Diretor. Uma análise ampla, complexa e duradoura sobre a cidade está prevista para os próximos anos, enquanto for elaborado o novo plano de ordenamento de Lajeado.
A contratação de Perin, por R$ 192 mil, sem licitação, já deu “gritaria” pelos cantos. As eventuais discordâncias quanto ao nome escolhido não diminuem a relevância da iniciativa. Faz tempo, Lajeado precisa de um Plano Diretor completo, moderno e norteador. Ele só é possível quando o governo municipal quer de verdade e está, inclusive, disposto a pagar preço político e resista às pressões comerciais.
Nestes primeiros três meses de governo, Caumo e Glaucia Schumacher cumprem o prometido na campanha eleitoral, mas devem estar cientes de que o mais importante e complexo ainda está por vir. Que tenham coragem e pulso de deixar fazer.
Outros tempos
Impasse entre pais de alunos da escola Capitão Felipe Dieter, do bairro Igrejinha, e o Executivo de Lajeado deixa mais de 50 alunos fora da escola. O novo governo cortou o auxílio transporte para os estudantes que moram a menos de três quilômetros da escola. Pais não aceitam, e exigem que a distância mínima seja de 1,5 quilômetro. Reuniões ocorrem desde ontem para resolver o banzé. Principal temor dos pais é com a insegurança, como atropelamentos, assaltos, etc.
Em outros tempos, caminhar cinco, dez ou até mais quilômetros até a escola era normal e inevitável. Já hoje…
Reunião em Brasília. Mais uma
Representantes do Vale do Taquari, liderados pela presidente do Codevat, Cintia Agostini, participam amanhã de mais uma reunião em Brasília. Assunto: pedágios na BR-386. Locais das praças de cobrança, preço das tarifas e extensão de obras até Iraí estão entre os temas a serem debatidos com a Associação Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). “Em síntese, estamos propondo um edital todo novo. Resta saber o que será aceito e implementado”, resume a presidente do Codevat.