A renovação do certificado de entidade beneficente de assistência social da Emater – a filantropia – foi concedida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O ato ocorreu na manhã de ontem, em Porto Alegre, na presença do governador José Ivo Sartori, ministro Osmar Terra e a diretoria da instituição.
Segundo o presidente da Emater/RS e superintendente-geral da Ascar, Clair Kuhn, a renovação possibilita atenção a quem vive e produz no meio rural. “As famílias têm características distintas da população urbana e requerem políticas públicas igualmente díspares”, defende.
Em 2016, a Ascar/Emater-RS assessorou 222.081 famílias, retornando, em média, 9,87 vezes em cada uma delas, totalizando 2.181.429 atendimentos, em 493 municípios onde está presente. “Vamos investir forte na agricultura. É a nossa economia, é o nosso meio ambiente, é o nosso sustento”, resumiu.
O ministro Terra afirmou que o governo deve anunciar em breve R$ 1,2 milhão para estimular a inclusão de pequenos produtores que vivem em condição pobreza. O atual certificado, concedido em junho de 2015, compreendia o período de 12 de março de 2014 a 11 de março deste ano. Ou seja, venceu há quase três semanas. O benefício isenta a necessidade da contribuição patronal que, se tivesse de ser desembolsada, representaria, no caso da Emater, R$ 40 milhões ao ano.
Para entidades com receita bruta anual superior a R$ 1 milhão, a validade do certificado é de três anos. Para as com renda igual ou inferior a R$ 1 milhão, o período é de cinco anos.
Foco na sucessão
A regional de Lajeado atende 55 municípios dos Vales do Taquari e do Caí. No ano passado, 21 mil famílias receberam assessoria, sendo 14 mil no Vale do Taquari.
Durante a prestação de contas, o gerente-adjunto, Carlos Lagemann, citou que um dos principais focos do atendimento é quanto ao investimento em produção e estrutura das propriedades. Somente em 2016, foram 5,3 mil projetos de crédito rural. Totalizou R$ 150 milhões de recursos aplicados na região.
A Emater montou uma equipe de trabalho para identificar as principais demandas dos produtores. Para este ano, um dos temas a ser aprofundado é a sucessão familiar. Entre as atividades de destaque desenvolvidas pela entidade, estão as agroindústrias, olericultura, erva-mate, solos e culturas de grãos, atuação social, fruticultura, piscicultura, segurança e soberania alimentar.
Garantia de renda
Para a agricultora Lenir Rabaiolli, de Imigrante, o trabalho de extensão e assistência técnica da Emater garantiu a sucessão e o aumento nos ganhos.
Quando a criação de 16 mil aves foi abandonada devido ao alto investimento exigido em infraestrutura, foi por meio do trabalho dos técnicos da Emater que a produção de suco integral e de hortigranjeiros foi iniciada. “Sem o auxílio, meus dois filhos estariam na cidade. Era a única chance de mantê-los aqui, garantir uma renda fixa por mês”, argumenta.
Os irmãos Marciano, 33, e Marcelo, 27, mantêm dois hectares de uvas, pomar de laranja e estufa com produção de tomates. Faz dois anos construíram uma agroindústria para beneficiar a produção. Parte do equipamento foi comprada com recursos liberados pelo Feaper, a fundo perdido.