Surto de sarna suspende aulas em creche

Lajeado

Surto de sarna suspende aulas em creche

Pelo menos nove funcionários e oito crianças foram diagnosticadas com a doença

Surto de sarna suspende aulas em creche
Lajeado

A escola de Educação Infantil Risque e Rabisque está com as aulas suspensas até a próxima semana. O local passa por higienização depois de um surto de escabiose. A doença também é conhecida como sarna.

Pelo menos oito crianças e nove servidores foram diagnosticados com a patologia. Segundo uma mãe que prefere não se identificar, os sintomas apareceram no filho, um menino de 9 meses, no início do mês.

“Começaram a aparecer bolinhas vermelhas pelo corpo dele. Durante todas as noites, ele chorava e se debatia. Eu não entendia. Pensava que era uma alergia.” Ela passou a procurar motivos para essa possível reação alérgica. Verificou a alimentação que ele estava ganhando na escola e não havia nada diferente. Em casa, não havia mudanças.

A mãe acreditava que os choros do bebê, durante a noite, ocorriam em virtude dos dentes que estavam crescendo. Faz poucos dias que um novo exame indicou escabiose. “Eu chorei tanto quando descobri o que era. Meu filho se debatia porque tinha coceira. Me sentia impotente vendo aquilo sem ter o que fazer.”

O menino contraiu a doença na escola. Agora toda a família passa por tratamento. Apenas o bebê tem os sintomas. Os demais tomam medicação e usam um sabonete específico como prevenção.

A mãe conta que está com algumas pintas vermelhas. Ela não tem certeza se é a doença. Por precaução, está em atestado médico. Cuidados com a higiene doméstica também foram intensificados.

Os sinais pelo corpo do bebê reduziram. Os pés são o local com mais marcas. Segundo a mãe, entre os dedos, chegou a fazer rachaduras. “Meu maior medo é levá-lo para escola. É muito bacana a higienização que eles estão fazendo, mas o que garante que as outras crianças serão curadas? Tudo isso pode voltar.”

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Desde outubro

Vários pais confirmam que uma criança do berçário apresentava desde o ano passado os sintomas da doença. Os familiares dela também estavam com escabiose, mas não aceitavam o diagnóstico.

Conforme a diretora, Lisandra Quinot Persch, desde outubro de 2016, uma criança  da turma A ( 1 a 2 anos) apresentou  problemas de pele, mas não foi afastada.

Em fevereiro deste ano, retornou com os mesmos sintomas. A diretora e uma monitora conseguiram uma consulta gratuita com um dermatologista. O profissional diagnosticou escabiose e afastou a criança por 14 dias.

Na semana passada, a direção notificou a Secretaria da Educação sobre novas suspeitas. Na sexta passada, profissionais da saúde foram à escola para verificar os casos e orientar os profissionais.

“Na visita foi constatado um caso adulto e duas crianças. Os três foram afastados.” Na segunda e na terça-feira, novos casos surgiram. Famílias foram avisadas para manter os filhos em casa.

Segundo ela, ontem ocorreu uma reunião com profissionais das secretarias da Saúde, Educação, Epidemiologia e Vigilância Sanitária para elaborar um Plano de Ação com Medidas Corretivas.

O plano estabelece a higienização do ambiente escolar, visita das agentes de saúde às famílias do bairro para prestar as devidas orientações. Uma empresa especializada foi contratada para limpar cobertas, tapetes e colchões.

Impacto na rotina

Uma mãe reclama da falta de informação. Segundo ela, foram avisados  na manhã de ontem que as aulas seriam suspensas. O filho de quase 3 anos frequenta o local. Ele não contraiu a doença.

A mulher trabalha das 7h às 16h. Apenas a outra filha, de 13 anos, pode ficar com o menino, mas, para isso, ela precisa perder o dia letivo. “Eu não tenho com quem deixar ele. Isso gera um problema na nossa rotina. Não quero que minha filha perca aula, mas não tenho alternativa.”

Outra família consegue auxílio do avô para ficar com o menino. “É uma alegria ficar com ele, mas tem famílias que não têm essa ajuda. Meu neto gosta de vir pra escola e ficou triste pela suspensão das aulas.”

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