Comunidade reage contra flanelinhas

Lajeado

Comunidade reage contra flanelinhas

Grupo de empresários e vereadores solicita empresa de vigilância 24 horas no local

Comunidade reage contra flanelinhas
Lajeado
oktober-2024

“Eu acredito que já perdemos, pelo menos, cerca de 20% dos nossos clientes desde que aumentou o número de pessoas pedindo dinheiro para aqueles que estacionam junto à praça. Já fizemos várias reuniões com a prefeitura, mas de nada adiantou até agora.”

A reclamação do empresário, Adriano Alberton, proprietário do Restaurante Tombado, perdura faz mais de dois anos. O estabelecimento dele fica na esquina da rua Bento Gonçalves com a Borges de Medeiros, bem em frente à Praça Marechal Floriano, a popular Praça da Matriz ou Praça Santo Inácio.

Os problemas são maiores à noite. É quando os clientes chegam para jantar e, ao deixarem os veículos no estacionamento oblíquo da praça, são abordados por moradores de rua e usuários de drogas. Eles costumam oferecer “serviços de segurança privada” junto aos carros em troca de qualquer trocado.

Para Alberton, o pedido por esmola configura, por vezes, coerção. “A maioria deles a gente sabe que não faz nada de mal. Mas assustam o cliente, que é quase pressionado a dar algum dinheiro. E aqueles que vêm de fora, principalmente, ficam bastante constrangidos.”

Ainda de acordo com o proprietário do restaurante, pelo menos dois clientes já constataram danos nos veículos após jantarem no estabelecimento. “Ambos tiveram seus carros riscados. Isso é um problema grave. Eles ficam bebendo e fumando ali, e a prefeitura até leva para os abrigos. Mas eles sempre voltam”, lamenta o empresário.

Abaixo-assinado

Sob a coordenação do vereador do PMDB, Éder Spohr, circula um abaixo-assinado no comércio próximo à praça. No documento, empresários, clientes e moradores da área cobram do governo municipal a contratação de uma empresa de vigilância privada para atuar na mais antiga área de lazer da cidade.

“Até a missa de quinta-feira, realizada na paróquia Santo Inácio, vem sendo prejudicada por essas pessoas que ficam na praça coagindo os motoristas e familiares. Elas pedem dinheiro para guardar o carro. Mas, se não pagar, corremos risco de ter o carro riscado”, reclama o parlamentar. “Tem empresário falindo, tamanha diminuição no número de clientes”, reitera.

O documento foi entregue no restaurante Tombado e nas lancherias Polly Dog, Tio Hélio e Taffarel. O vereador também quer deixar à disposição na Gráfica Cometa, no Carmelito – que na semana passada sofreu uma tentativa de assalto à mão armada –, e com a direção da Colégio Estadual Castelo Branco.

Empresários reclamam dos flanelinhas e moradores de rua. “Dois clientes tiveram o carro riscado”, conta Alberton

Empresários reclamam dos flanelinhas e moradores de rua. “Dois clientes tiveram o carro riscado”, conta Alberton

“Número de ocorrências é muito baixo”

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Paulo Locatelli, a Praça da Matriz é uma prioridade em termos de segurança para a administração. “Tanto que o número de ocorrências no local é muito baixo.” Segundo ele, existem projetos em conjunto com outras secretarias, “que permitirão que, aos poucos, a praça possa ser reassumida pela comunidade e pelo poder público.”

Locatteli informa que já houve a troca de lâmpadas no local. Com isso, complementa o secretário, os 50 postes de luz estão em “pleno funcionamento”. “Também temos feito roçadas e limpezas periódicas. No último sábado, por exemplo, estivemos na praça com os escoteiros fazendo uma ação ambiental como parte das atividades do Viva o Taquari Vivo.”

O secretário também chama a atenção para o policiamento da praça. “A Brigada Militar, apesar da falta de efetivo, coloca pessoal na praça três vezes por semana.” Além disso, Locatelli não descarta investir em monitoramento eletrônico no local. “Enfrentamos problemas pontuais, como os flanelinhas. Mas não há nada que possamos fazer se a parte interessada não formalizar a denúncia.”

Sobre a presença de moradores de rua, conta que “ações têm sido realizadas com o objetivo de retirá-los, mas nem sempre estão abertas à abordagem ou à oferta de tratamento.” Frisa que, se há crime, eles serão responsabilizados. “Mas, quando há apenas ocupação do espaço público, não há infração à lei.” Ele também avalia a possibilidade de ocupar o espaço com algum tipo de comércio.

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