Executivo tenta aval da Anac para liberar pista

Estrela

Executivo tenta aval da Anac para liberar pista

Grupo de empresários quer investir no aeródromo

Executivo tenta aval da Anac para liberar pista
Estrela
oktober-2024

Onze anos após a interdição do Aeródromo Regional do Vale do Taquari, a pista localizada quase às margens do Rio Taquari, em Estrela, segue sem condições de receber aeronaves. O Executivo precisa enviar uma série de documentos para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Entre esses, a conclusão de um projeto ambiental para retirada da vegetação nativa.

O secretário de Planejamento, Paulo Finck, estima em 60 dias o prazo para adequação de exigências feitas pela Anac. Segundo ele, existem tratativas avançadas com empresários e investidores da região para firmar um contrato de cessão de uso de área, transformando o espaço em um empreendimento público/privado.

“Se conseguirmos a liberação no segundo semestre, estaremos bem satisfeitos. É uma tarefa difícil, pois temos que cumprir o exigido e ainda aguardar que a Anac aprove as adequações”, informa o secretário. Ontem, havia um roçador e uma máquina agrícola – ambos da iniciativa privada – limpando a área.

Empresários querem ampliar a pista, hoje com 568 metros de extensão por 18 de largura. Um projeto do Clube de Aviadores do Vale do Taquari prevê mais 400 metros. Oito empreendedores estariam dispostos a gastar mais de R$ 100 mil em melhorias. Após, a intenção é destinar o espaço para táxi aéreo, com autorização de pouso e decolagem a bimotores com capacidade para seis tripulantes.

De acordo com engenheiros da Anac, o espaço e o relevo da área localizada em Linha São José permitem uma pista de até 1,3 mil metros. Com essa extensão, o aeródromo seria classificado como “código 2”, ou “RBAC 154”, com capacidade para aviões comerciais da linha regular, a jato, de até 24,6 metros de comprimento.

No entanto, qualquer modificação ou ampliação depende da liberação por parte da Anac. Hoje, além dos projetos ambientais, o espaço necessita de iluminação, construção de hangares e áreas de embarque e desembarque, sinalização e baliza da pista, roçada e limpeza na área, correção do solo e cercamento total da área.

Aeródromo regional do Vale do Taquari foi repassado ao município de Estrela em 2001 e está interditado desde 2006

Aeródromo regional do Vale do Taquari foi repassado ao município de Estrela em 2001 e está interditado desde 2006

16 anos de concessão

O aeródromo foi cedido ao município a partir de um convênio assinado pelo chefe do Subdepartamento de Infraestrutura do Departamento de Aviação Civil (DAC) – hoje transformado em Anac –, Francisco Moacir Farias Mesquita, e pelo então prefeito de Estrela, Geraldo Manica. O documento foi acordado no dia 27 de julho de 2001.

De acordo com a cláusula seis esse convênio, “a utilização de áreas e instalações do aeródromo, por terceiros, será feita mediante contrato de concessão de uso, entre o interessado e a prefeitura”. Na subcláusula primeira, consta que é dispensada a necessidade da concorrência pública para utilização daquela área aeroportuária.

O contrato também estabelece critérios para a cobrança de tarifas. Conforme a cláusula oitava do acordo, são duas taxas: Tarifa da Infraestrutura Aeroportuária e Tarifa de Uso das Telecomunicações em Área Terminal de Tráfego Área. Os valores são definidos por lei federal, e cabe ao Executivo municipal cobrar e ser beneficiado “da totalidade da arrecadação”.

Entrevista com o secretário de Planejamento, Paulo Finck

A Hora – Em maio de 2015, reportagem anunciava a intenção do Executivo de reformar o aeródromo. Desde então, o que efetivamente foi realizado?

Paulo Finck – O aeródromo não teve modificações desde 2015, apenas manutenção e limpeza.

O município ainda prevê investimentos próprios naquele local?

Finck – O município fornecerá o projeto para a liberação junto à Anac. E a iniciativa privada entra com a parte de infraestrutura, cercamento, sinalização e demais melhorias.

Como o Executivo pretende firmar o convênio com os empresários? Haverá licitação?

Finck – Pretendemos fazer uma parceria público/privada, sem licitação. A prefeitura não tem condições de estruturar e manter o aeródromo, por isso, precisamos cada vez mais de parcerias com a iniciativa privada.

Quem será responsável pela cobrança das taxas referentes ao uso do espaço aéreo?

Finck – No momento não temos essa informação, pois é uma informação da área técnica.

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