Voluntários foram às margens do Rio Taquari em seis cidades para a 11ª edição do Projeto Viva o Taquari Vivo. A organização estima a presença de 900 pessoas na ação deste ano. Na manhã desse sábado, foram recolhidos quase quatro mil quilos de lixo.
“Sabemos que em uma manhã não conseguiremos limpar o rio. Nosso propósito é mobilizar a população e conscientizar sobre a importância de cuidarmos da natureza”, resume a integrante do Parceiros Voluntários de Lajeado, Gilmara Scapini.
Entre os voluntários, estavam acadêmicos da Univates, grupos de escoteiros, representantes de ONGs e funcionários de empresas. Pessoas sem vinculação também estavam no Viva o Taquari. “Essa participação espontânea tem crescido. É uma mostra que estamos conseguindo propagar o ideal do projeto”, realça Gilmara.
Natural de Uruguaiana, Ramão Sambrana trouxe o filho Gabriel, 10, para ajudar na limpeza do rio. Essa foi a primeira vez que participou da ação. “Eu já conhecia o projeto. Resolvi participar e trazer meu filho para educar a partir do exemplo.”
Sambrana não foi o único pai que trouxe os filhos. Marlos Freitas e a mulher Gabriela trouxeram o casal de filhos, Isadora e Kauan, para contribuir com o Viva o Taquari. “Preservar a natureza, em especial a água, é fundamental para manter a vida das próximas gerações”, ressalta Marlos. “Para conseguir mudar os comportamentos, só a partir da educação e do exemplo”, frisa.
No Porto dos Bruder, em Lajeado, a intervenção no Rio Taquari começou pouco antes das 8h. Integrantes da comissão responsável por organizar a ação apresentaram o conceito do projeto. Pouco mais de 200 pessoas participaram da limpeza do manancial.
Um dos idealizadores do Viva o Taquari, Gilberto Soares destaca a função do projeto. “Estamos aqui para celebrar o rio e para fazer com que os jovens e as crianças sejam melhores do que nós.” A edição 2017 ocorreu nas cidades de Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Venâncio Aires, Estrela, além de Lajeado.,
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Ponto crítico
Abaixo do belvedere inaugurado no ano passado, camas improvisadas, restos de bebidas e de utensílios para o consumo de crack. Em meio ao ambiente, voluntários tinham dúvidas sobre o que poderiam colocar no lixo. “Aqui tem roupas e cobertores. Vamos deixar isso aqui de lado, pois alguém deve estar usando”, alertou um dos participantes. Também tinham receio de pegar cachimbos e latas usadas para fumar crack. No espaço, ainda havia fezes humanas e camisinhas usadas.
Integrante do grupo musical Arpas e Violões, Rosângela Soletti opina sobre como evitar a presença de dependentes químicos embaixo do belvedere. “É necessário fechar esse espaço. Ficamos tristes por ver a degradação dessas pessoas devido ao crack.”
Na limpeza daquele ponto, estava a estudante Dinara Hartmann. Pela primeira vez na ação, enaltece a relevância da atividade para melhorar a realidade local. “Em uma cidade com 80 mil habitantes, precisamos nos envolver em atividades como essa.”
Recorde em Estrela
Com cerca de 380 participantes, a ação de limpeza do Rio Taquari e do Parque da Lagoa retirou quase uma tonelada de lixo. Entre os participantes, estava o aposentado Luiz Huppes, 62. “Cada um tem que fazer sua parte. O mínimo que fizer, será bem para todos.”
Do material recolhido, a maior parte foi plástico, com 213 quilos. Também foram retirados 146 quilos de pneus, 151 quilos de ferro e 47 quilos de tecido. Borracha, vidro, isopor, tecidos (roupas) foram outros produtos encontrados. Na medida em que os voluntários chegavam com o material, tudo era separado e pesado, para depois ser levado à Usina de Tratamento de Lixo (UTL). Em relação a 2016, a quantidade reduziu, pois naquele ano foram 1,4 mil quilos retirados do rio.