Cinema para ver e comemorar

Comportamento

Cinema para ver e comemorar

O Festival de Cinema de Lajeado ocorre na próxima semana, com o intuito de dar visibilidade às obras de curta-metragem do país, e evidenciar as belezas naturais do RS

Cinema para ver e comemorar
Lajeado

A sétima arte apresenta-se ao público, e abre as cortinas para o primeiro Festival de Cinema de Lajeado.

A exposição de curtas, que visa evidenciar o turismo gaúcho, inicia na quinta-feira, 30, e segue até o sábado, 1º, no Teatro da Univates.

A mostra competitiva contará com 55 filmes, de dez estados, sendo 21 produções de ficção, 21 documentais e as demais de animação e experimental.

Todos têm até 25 minutos e foram analisados durante dois meses por cinco jurados. As 55 produções foram escolhidas entre mais de 300 inscritas. A procura foi surpreendente, afirma uma das organizadoras do festival, Monique Mendes. Representa mais que o triplo da primeira edição do Sine Serra.

“Também nos surpreendemos com a qualidade e diversidade dos filmes. Muitos já ganharam prêmios, outros foram feitos de maneira improvisada, nas escolas, mas também não perdem por isso”, comenta.

O evento faz parte do mapa da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Mais de dez instituições de ensino já se inscreveram para participar do Cine-Escola, que ocorre na quinta e sexta-feira de manhã, com entrada gratuita.

A organização também aguarda cerca de 50 realizadores dos filmes, entre atrizes, atores, diretores, roteiristas e produtores. Eles participam de pelo menos três debates sobre as produções durante o festival.

“Será um momento não só para olhar os filmes, mas para conhecer e disseminar a sétima arte. Para quem gosta de cinema, será uma oportunidade única de estar pertinho, entender como funciona a produção.”

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Para ouvir a natureza

No montante de inscrições, cinco filmes foram eleitos para a mostra não competitiva. Um deles é o documentário Sons que Falam, da jornalista Natasha Bouvier Erthal, de Lajeado.

Usado como base para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o documentário trata sobre uma série de atividades que estimulam os sentidos das pessoas em meio à natureza.

Com o suporte da orientadora, professora Jane Mazzarino, ela produziu o filme. Natasha também compôs e gravou a trilha sonora. “A minha intenção é propiciar reflexões acerca do nosso modo de vida, e como muitas vezes ‘não temos tempo’ para apreciar e sentir a natureza.

Presenças ilustres

A atriz Júlia Lemmertz será uma das estrelas do festival. Ela receberá uma homenagem no anúncio dos vencedores.

Roger Lerina, repórter cultural e crítico de cinema, conduz o festival. Para a análise dos finalistas, nas categorias Animação, Documentário, Ficção e Experimental, foram convidados o documentarista, cineclubista, Luiz Alberto Cassol; integrante da Associação de Críticos de Cinema do RS, fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), Robledo Milani; e a diretora, produtora e roteirista Betânia Furtado, que participou da produção de mais de dez longa-metragens.

Festival_mostra Não Competitiva_alunos de São Leopoldo

(SEM LEGENDA)

Crítica ao ensino

Estudantes também foram responsáveis por produzir o filme A Prova. Alunos da Oficina de Cinema João Goulart, da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Belchior Marques Goulart, na Vila Brás, em São Leopoldo, eles participaram da criação até a encenação e edição.

Fazem uma crítica ao modelo de ensino atual, e também à corrupção, que pode estar nos diferentes espaços.“Muitos professores não explicam matéria, têm um conteúdo repetitivo, e os alunos não aprendem. No filme, eles decidiram roubar uma prova, e quase acabam se corrompendo”, conta um dos organizadores da oficina, professor Diego Comerlato.

Para abordar o assunto de modo mais leve, optou-se pela comédia. “Nunca tínhamos trabalhado com esse estilo. Arriscamos para ver como seria.” Cerca de 15 alunos, da pré-escola ao 9o ano, participaram da produção e gravações, realizadas no início do ano passado. A obra já rendeu várias premiações, inclusive internacional.

E, agora, mais uma vez, é motivo de orgulho para a comunidade escolar. “Sabemos que estamos realizando algo que vai além do comum”, afirma Comerlato, que trabalha em conjunto com a professora Andrea Rodrigues.

Uma comissão de integrantes da escola virá a Lajeado para assistir à exibição, que ocorre no sábado, a partir das 8h45min, junto com as obras do Projeto Exportando Belezas.

festival_Lauro

(SEM LEGENDA)

O Criador

O Festival de Cinema de Lajeado é preparado faz no mínimo dois anos. Porém, a idealização é antiga, e partiu de Lauro Bergesch, 86. Foi sócio-acionista da Fruki por 57 anos.

Ao voltar de uma viagem, começou a ter uma nova percepção sobre o mundo, e como a valorização do que está próximo é importante.

Com a parceria de escritoras e fotógrafas, iniciou a produção do Projeto Exportando Belezas, que promove a divulgação dos pontos turísticos do estado.

Até agora, já foram lançados três, o primeiro sobre o Vale do Taquari, outro sobre o Vale do Caí, do Paranhama, e dos Sinos; e o último sobre a Serra Gaúcha.

“Nosso povo conhece os Alpes Suíços, mas desconhece os cânions de Cambará do Sul, e o Salto do Yucumã. Então achei uma forma de apresentar isso às pessoas.”

O excesso de material fez com que produções desses mesmos pontos turísticos também passassem a ser feitas. Quatro já chegaram a ser lançadas, mas Lauro queria torná-las públicas.

O festival surgiu como a solução. Com o auxílio de cinco patrocinadores, 18 apoiadores e 15 organizadores, agora ele consegue tornar o sonho realidade. Está ansioso para ver tudo funcionando.

Fica feliz não só por si, mas pelas outras pessoas que apaixonaram-se pela ideia. “Estão apavorados. Dizem que isso não é possível. Mas também me elogiam muito, tanto que eu nem posso dizer.”

Os livros de Lauro estarão à venda no festival. Assim como os vídeos, que serão expostos na mostra não competitiva.

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Programação

Quinta 30/3

8h45min às 11h30min – Mostra competitiva (Cine Escola)
14h às 17h – Mostra competitiva
17h15min – Debate com realizadores
19h15min – Solenidade abertura (shows culturais, Exportando Belezas, mostra competitiva)

Sexta 31/3

8h45min às 11h30min – Mostra competitiva (Cine Escola)
14h às 17h – Mostra competitiva
17h15min – Debate com realizadores
19h15min – Mostra competitiva (sessão para adultos)
Sábado 1o/4

8h45min às 11h – Mostra não competitiva – Exportando Belezas
11h30min – Debate com realizadores( Exportando Belezas e dos filmes de sexta à noite)
14h às 18h – Passeio Cedelinho
20h – Solenidade de premiação, show de encerramento com a Bico Fino Brothers Band

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