O governo licitará um sistema de monitoramento por câmeras. A expectativa é que entre em funcionamento até o fim deste ano. O projeto prevê o cercamento da cidade e contemplará pontos estratégicos como as entradas, saídas e locais com maior incidência de ocorrências. O objetivo é inibir a ação dos criminosos e auxiliar na identificação dos autores dos crimes.
Administração municipal e Brigada Militar trabalham no estudo de viabilidade desde 2015. Segundo o secretário de Planejamento, Paulo Ricardo Finck, o projeto está concluído. A Brigada Militar faz última revisão.
A licitação deve ser aberta dentro de dez dias. Pelo menos 20 pontos receberão câmeras. O governo articula com a Secretaria de Segurança Pública um convênio para direcionar efetivo para monitorar as imagens.
O Executivo não divulgou a projeção de investimento. Segundo o secretário, os equipamentos serão usados em comodato, dessa forma, todos os meses, o município pagará pelo uso. A intenção é estabelecer um acordo, para que, ao final do contrato, os equipamentos fiquem em posse da administração municipal.
Mais segurança
O anúncio é comemorado pela população, em especial, pelos comerciantes. Segundo a funcionária de uma loja de vestuário, Rosana Ruffato, 28, o principal problema são os pequenos furtos.
A loja onde ela trabalha, no centro, foi assaltada em janeiro. O autor do crime chegou com a mão na cintura e pediu o dinheiro do caixa. “Pensamos que ele estivesse armado e entregamos o que tinha.”
A população também sofre assaltos. Áreas como a ponte baixa entre a avenida Rio Branco e a Tiradentes são um dos pontos mais perigosos. “Passar durante a noite ali é complicado. É muito fácil ser assaltado. São usuários de crack que querem dinheiro para comprar mais droga.”
Em outras áreas centrais, isso também acontece. Ontem, no fim da tarde, Karine Sieben teve o carro, um Fiat Mobi prata, furtado na rua Júlio de Castilhos. Ela publicou o fato em uma rede social.
Avenida Rio Branco requer atenção
Comerciantes consideram essencial o monitoramento da avenida Rio Branco, desde a rodoviária até a rua Coronel Müssnich para inibir furtos e arrombamentos. O proprietário de uma loja de suplementos alimentares, Luciano de Paula, 27, teve a empresa invadida três vezes. As ações ocorreram à noite.
O maior prejuízo foi material. Segundo ele, os autores levavam poucos produtos e o custo maior foi para repor o vidro que havia sido quebrado e para arrumar a porta. “Essa região está crescendo e é um ponto estratégico para fuga dos criminosos.”
Ao lado do estabelecimento dele, uma loja de vestuário também chegou a ser arrombada duas vezes. Na primeira, o vidro da fachada foi recolocado e, poucos dias depois, passou mais uma vez pela ação dos criminosos. A situação parou depois que grades foram colocadas.
Na região, o alvo preferido dos criminosos é uma farmácia. A empresa se instalou no ponto faz dois anos e foi assaltada pelo menos cinco vezes. A gestora, Livanete Furnaletto, 28, conta que o último ocorreu há cinco meses.
Na maioria das situações, os criminosos agiram durante o dia. “Ele fez um pedido e, quando chegou no caixa para pagar, anunciou o assalto. Pegou todo dinheiro. Em outras vezes, levaram joias das funcionárias e dinheiro das bolsas também.”
A empresa também foi invadida durante a noite. Na oportunidade, itens de perfumaria foram levados. A sequência de assaltos reduziu depois que um guarda foi contratado para auxiliar na segurança. “Aqui é um ponto estratégico, eles conseguem fugir para o Marmitt e outros bairros.”