Produtores apostam  no beneficiamento

Vale do Taquari

Produtores apostam no beneficiamento

Região concentra 160 agroindústrias legalizadas

Produtores apostam  no beneficiamento
Vale do Taquari

Nas feiras e exposições, um dos endereços mais movimentados é o das agroindústrias. Produtos coloniais remetem a hábitos do interior. Com qualidade e procedência, os itens garantem o sustento de nove mil famílias no RS.

De acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), são 1,7 mil agroindústrias cadastradas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar Selo Sabor Gaúcho. São gerados 3,4 mil empregos.

Segundo Jocimar Rabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústrias da Fetag, o faturamento anual passa de R$ 10 milhões apenas em feiras. Produtos como derivados de trigo, leite, cana-de-açúcar, embutidos, ovos, conservas, schmiers, rapaduras, mel e também artesanato garantem lucro aos agricultores. “A diversidade faz o sucesso. Beneficiar o produto garante lucro”, afirma.

Na região, mais de 160 agroindústrias estão legalizadas e em funcionamento nos 55 municípios (Vales do Taquari e do Caí), atendidas pela Emater Regional de Lajeado. A criação do programa de agroindústria familiar, liberação de verbas, garantia de venda e a oferta de matéria-prima refletem no crescimento da área.

Sucessão encaminhada

Em Colinas, duas agroindústrias foram inauguradas na semana passada. A extensionista de Bem Estar Social, Cleide Gutierrez, e a técnica em Agropecuária, Lídia Dhein, orientam as famílias.

Segundo Cleide, o beneficiamento da produção tornou-se uma forma de aumentar a renda e diversificar o meio rural. Ajuda a inserir as mulheres na gestão e mantém os filhos no interior. “Com sabor diferenciado, mais naturais e saudáveis, atestado de procedência, qualidade, cuidado com a higiene e garantia de venda, as famílias conseguem abrir novos mercados”, analisa.

Um dos empecilhos em muitos casos é a falta de matéria-prima. “Sobram compradores”, garante. Os produtos são destinados a programas sociais do governo, vendidos para turistas, mercados da região ou direto nas propriedades. “Oferta de crédito, orientação técnica e mão de obra disponível, tudo favorece o crescimento”, destaca.

Crédito impulsiona

A liberação de verbas ajudou Airton José Petter, de Linha 31 de Outubro, a construir um prédio e adquirir equipamentos para beneficiar a produção de mel. Foram R$ 12,5 mil liberados pelo Feaper, com 80% do valor a fundo perdido.

Além de facilitar o trabalho, qualifica o produto final, observa. Petter recebe o auxílio dos dois filhos, Luan e Eduardo. “Pagam os estudos com o lucro da venda”, ressalta. A família tem 700 caixas de abelhas da espécie africana espalhadas pela região. Por ano, são produzidos sete mil quilos de mel, média de 12 quilos por colmeia. O quilo é vendido por R$ 20. A meta é duplicar a oferta em cinco anos.

Entre as dificuldades, destaca a mortandade de abelhas devido à aplicação de agrotóxicos. “Felizmente muitos agricultores diminuem as doses nas lavouras. Quando o enxame morre, demora seis meses até iniciar a produção”, lamenta.

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