Um dos sócios da Laticínios Rancho Belo morreu na manhã desse domingo, no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Rosário do Sul. Cleomar Henicka, 43, chegou à casa de saúde às 22h15min do dia 14, após a ação do MP. Antes de ser encaminhado, passou por atendimento em duas instituições da região.
Henicka era casado e tinha três filhos. O corpo do empresário foi velado na igreja São José Anchieta, em Rui Barbosa, Arroio do Meio. O enterro ocorreu no cemitério do bairro Bela Vista.
Conforme funcionários da empresa, com sede em Travesseiro, por volta das 12h30min do dia 14, Henicka teria tentado o suicídio. O fato aconteceu em uma área nos fundos da indústria, próximo a uma caldeira. Brigada Militar (BM) e MP, que chegaram por volta das 8h ao estabelecimento, ainda estavam averiguando o local. Um soldado ajudou a retirar Henicka, que estava pendurado em uma corda. Ele teria caído e batido a cabeça.
Ele foi levado até o hospital de Marques de Souza. De lá, médicos o encaminharam ao Hospital São José, em Arroio do Meio. Às 22h15min, ainda na terça-feira, a vítima deu entrada na casa de saúde de Rosário do Sul, distante 350 quilômetros do Vale do Taquari. Nesse domingo, por volta das 7h50min, os médicos confirmaram a morte do empresário, sem informar a causa exata.
“Foi desespero”, avalia um funcionário que atua faz pouco tempo na empresa. “Ele se dedicava muito para a empresa”, reitera. Ex-prefeito de Travesseiro, Ricardo Rockenbach, esteve no velório. Ele lamenta a forma como a operação foi conduzida pelos órgãos de fiscalização. “Era uma pessoa extremamente sensível”, diz. Para ele, houve exagero na forma como o MP abordou o empresário.
Durante a operação, o MP não encontrou produtos vencidos ou alterados na sede da empresa. Para os promotores, o empreendimento é suspeito de comercialização de produto lácteo impróprio para consumo humano. Advogado e proprietários negam qualquer fraude. No fim desta semana, após ouvir mais de 40 pessoas, a promotoria deve encaminhar denúncia junto à Comarca de Arroio do Meio.
Empresários seguem presos
Sócio de Henicka, o empresário de Travesseiro, Eduardo Grave, permanece preso de forma preventiva no presídio de Arroio do Meio. De acordo com o advogado, Ronaldo José Eckhardt, o investigado será ouvido pelo MP amanhã. Na semana passada, o defensor antecipou que o cliente estava “tranquilo”, e que ele “tem todas as análises de laboratório” referentes aos produtos.
Durante a operação, também foi preso preventivamente o empresário, Evandro Luís Kafer, um dos sócios da A. C. Tressoldi Transportes Ltda, com sede no bairro Cristo Rei, em Estrela. Kafer também será ouvido pelo MP amanhã. O advogado dele, Evandro Mariani, aguarda acesso aos autos do processo para se manifestar sobre o caso. “Ele garante não ter participação”, antecipa o jurista.