Mulheres lideram marcha contra reforma de Temer

Vale do Taquari

Mulheres lideram marcha contra reforma de Temer

Manifestações em Lajeado e Estrela criticam reforma da previdência

Mulheres lideram marcha contra reforma de Temer
Vale do Taquari

O segundo dia de protestos contra a Reforma da Previdência foi marcado pela presença feminina. Na data em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, elas defenderam as atuais regras de aposentadoria.

Ontem de manhã, ato conclamado pela regional do Sindicato dos Trabalhadores Rurais reuniu cerca de mil pessoas em Estrela. Em Lajeado, servidoras da Polícia Civil, Susepe e do Judiciário paralisaram os serviços à tarde.

O protesto em Estrela iniciou por volta de 9h30min, quando os manifestantes foram à Praça Menna Barreto. Além dos agricultores, participaram representantes dos sindicatos dos metalúrgicos e dos comerciários.

Moradora do bairro Jardim dos Cedro, em Lajeado, a agricultora aposentada Hanelore Scherer, 57, defende a continuidade dos patamares atuais de idade mínima para aposentadoria. Segundo ela, caso a reforma seja aprovada, haverá um número ainda maior de jovens deixando a lida no campo. “O trabalho de sol a sol nos deixa cansados, e sem a ajuda dos filhos não haveria produção”, aponta.

Areni Schulte, 60, ressalta que pelas regras propostas pelo governo federal teria que trabalhar mais cinco anos. “Não entendo como políticos, que passam o dia no bem bom, querem acabar com o nosso direito ao descanso.”

Para Lorena Hauschild, filha de agricultores, os principais prejudicados serão as pessoas com menor poder aquisitivo. Segundo ela, o dinheiro da aposentadoria é um dos principais componentes da renda das famílias.

Servidores do Fórum de Lajeado distribuem panfletos sobre a reforma

Servidores do Fórum de Lajeado distribuem panfletos sobre a reforma

Descaso

Moradora de Boqueirão do Leão, Marlene Klaus, 64, sofre as consequências de uma vida dedicada ao trabalho rural. Devido aos longos períodos de exposição ao sol, ela ficou cega de um olho e precisa tomar remédios controlados. Se a nova regra estivesse em vigor, ela não poderia se aposentar.

“Eles justificam devido ao aumento da expectativa de vida, mas é a aposentadoria que garante a compra dos remédios para que possamos viver mais”, alerta. Segundo Marlene, os responsáveis pela proposta pensam apenas em aumentar a arrecadação e direcionar o dinheiro para os bancos.

Para a moradora da localidade de São João do Bom Retiro, Vera Maria Skrsypcsak, 61, a maior parte dos trabalhadores rurais morrerá sem ter acesso ao benefício caso a proposta avance. “O governo está fazendo a maior injustiça com todos os trabalhadores, não apenas os rurais.”

Segundo Vera, a mudança nas regras previdenciárias é ainda mais danosa tendo em vista a aprovação da PEC que congelou os gastos públicos por 20 anos. “Não teremos aposentadoria nem saúde pública de qualidade. Vamos sofrer, mas nossos filhos sentirão ainda mais.”

Mulheres da Polícia Civil e da Susepe se uniram para protestar durante a tarde

Mulheres da Polícia Civil e da Susepe se uniram para protestar durante a tarde

Servidores paralisam

Trabalhadores do Judiciário, Polícia Civil e Susepe também participaram de atos contrários à reforma. Servidores do Fórum de Lajeado pararam as atividades por uma hora ontem à tarde e distribuíram panfletos com informações sobre a proposta do governo Temer.

Mulheres da Polícia Civil e agentes penitenciárias paralisaram por duas horas para se reunir em frente à DPPA. Elas também distribuíram textos contrários às mudanças no regime do INSS.

Elas contra a PEC 287

Não entendo como políticos, que passam o dia no bem bom, querem acabar com o nosso direito ao descanso.”
Areni Schulte, 60, Lajeado

Não teremos aposentadoria nem saúde pública de qualidade. Vamos sofrer, mas nossos filhos sentirão ainda mais.”
Vera Maria Skrsypcsak, 61, Estrela

Eles justificam devido ao aumento da expectativa de vida, mas é a aposentadoria que garante a compra dos remédios para que possamos viver mais.”
Marlene Klaus, 64, Boqueirão do Leão

Querem acabar com a qualidade de vida das famílias. Temos que lutar para que nossos filhos e netos tenham o direito de se aposentar.”
Teresinha Bonassi, 66, Boqueirão do Leão

 

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