A exposição “Fábula das Árvores”, do artista Diego Schmitz, pode ser conferida até o fim do mês na galeria do Shopping Lajeado. No mesmo espaço, é possível prestigiar a pesquisa do Sesc – Uma forma de contar a vida e a obra de Mario Quintana.
A mostra é formada por 27 desenhos de Schmitz. Cada um convida a pensar sobre forma de organização urbana e consciência ambiental. A obra segue uma crítica social sobre o uso dos espaços e respeito à natureza.
A história de uma luta entre os edifícios e as árvores questiona essa organização da sociedade. Schmitz utiliza cores vibrantes para despertar atenção, mas em alguns momentos mostra a forma sombria como é retratada uma cidade só de concreto. “É uma luta por espaços entre casas e árvores. Os edifícios ganham avisos para serem ocupados, destruídos, reconstruídos e as árvores competem com elas de igual para igual.”
A mostra percorreu escolas de Ensino Fundamental de Pelotas e fez professores conversarem em sala de aula a respeito das obras. O processo de criação do trabalho tem a ver com as vivências do autor. “Aqui tem muito mais árvores do que em Pelotas. Senti falta das sombras, do frescor das árvores. O cenário é de agressividade dos prédios contra as árvores.”
Arte para mudança
Para Schmitz, a arte tem capacidade transformadora. “Eventos como esse abrem caminho para uma mudança de comportamento.”As obras são provocativas e falam da atitude da sociedade. “Para começar a transformar as coisas sem pensar de maneira individualista. Não é uma pessoa, um partido político, uma única ideia que vai salvar o mundo.”
É possível perceber a diferença entre prédios “pendurados” em galhos secos e árvores em harmonia com residências. Para ele, o contato direto com as crianças é mais forte. A mensagem chega e dará resultado no futuro. “Precisamos pensar em uma sociedade unida. O que me inspira é a vida. Assim tento dizer dela, denunciar aquilo que lhe causa chagas, às vezes de modo sutil, outras de forma mais agressiva direta ou irônica.”
