Mobilização contra mudanças une sindicatos

Lajeado

Mobilização contra mudanças une sindicatos

Trabalhadores se unem contra proposta de Temer

Mobilização contra mudanças une sindicatos
Lajeado

A proposta de Reforma da Previdência em trâmite no Congresso gera protestos. Na manhã de ontem, mais de 300 representantes de entidades de trabalhadores rurais e urbanos percorreram as ruas da cidade, distribuíram panfletos e entoaram cantos convocando a população sobre as mudanças nas aposentadorias.

Iniciada em frente à sede da Receita Federal, a caminhada passou pela câmara de vereadores, prefeitura e encerrou em frente ao prédio do INSS. Presidente do STR de Arroio do Meio, Astor Klaus afirma que todos os trabalhadores serão prejudicados com a medida, em especial os agricultores.

“Nós já pagamos o Fundo Rural e querem mais uma contribuição direta”, critica. Além disso, ressalta o aumento no tempo de contribuição de cinco anos para os homens e dez anos para as mulheres. Segundo ele, isso representa mais arrecadação por parte do governo e menos tempo de benefício.

Conforme Klaus, a Previdência é hoje o principal programa de distribuição do país e os recursos das aposentadorias movimentam a economia dos municípios.

Fim da Previdência

Na opinião do presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Ewald, a mudança na regra da aposentadoria representaria o fim do benefício para operários da construção civil, das linhas de produção, empregadas domésticas, agricultores e demais trabalhadores braçais.

“Querem nos fazer trabalhar até morrer”, sentencia. Para ele, a obrigação de contribuir por 49 anos para aposentadoria integral é danosa, uma vez que as empresas não costumam contratar pessoas de idade avançada. “Os mais velhos acabarão desempregados, parando de contribuir. Será impossível receber o salário integral”, aponta.

População adormecida

Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação (Stial), Adão Gossmann, o movimento contra a Previdência ainda não alcançou um maior número de pessoas por falta de informações da população sobre o tema. Segundo ele, as pessoas precisam se mobilizar contra a reforma.

“As pessoas pensaram que o impeachment, liderado e idealizado por entidades empresariais e os meios de comunicação, resolveria os problemas e ainda estão adormecidas por essa ideia.” Para ele, mesmo os que já estão aposentados precisam pensar no que será deixado para os filhos e netos.

Déficit questionado

Os organizadores do protesto colocaram em xeque as informações do governo acerca do déficit do INSS. Segundo eles, dados da Associação dos Fiscais da Previdência mostram superávit de 10% nos últimos dois anos, chegando a R$ 9 bilhões em 2016.

De acordo com os manifestantes, o governo utiliza os recursos provenientes dos trabalhadores para pagar a dívida pública. Para o vice-presidente do STR de Arroio do Meio, Paulo Grassi, isso representa desvio do dinheiro da população.

Ele lembra que a União tentou proibir a divulgação dos dados referentes à Previdência fornecidos pela associação. “Parece que estamos voltando ao tempo da ditadura, onde o governo omite dados que deveriam ser públicos”, alerta.

Trabalhadores da Polícia Civil realizam hoje novo ato contra a Reforma da Previdência. Os servidores paralisam as atividades entre às 14h e 16h.

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