Em um intervalo de cinco anos, Lajeado passou de 60 empresas dedicadas à gastronomia, incluindo restaurantes, bares, lancherias e pubs, para 137. Os dados foram captados pelo Sebrae da região junto a Receita Federal. O aumento na oferta também eleva a exigência dos clientes. Para ganhar mercado empresários a investirem na qualificação do atendimento e dos produtos oferecidos.
O cenário mostra a região com cada vez mais diversidade na oferta de produtos, que vão dos tradicionais lanches, como xis e cachorro-quente, até produtos diferenciados. Um exemplo é o número crescente de restaurantes especializados em comida japonesa. De acordo com o gerente regional do Sebrae dos Vales do Taquari e Rio Pardo, Diego Zenkner, as tendências nacionais tendem a chegar cada vez mais rápido a municípios menores.
“O caso da comida japonesa é consequência de uma tendência vista primeiro em São Paulo, que chegou aqui”, analisa Zenkner. Para ele, o crescimento do setor não veio acompanhado de qualificação da gestão dos negócios. “O grande problema tem sido a gestão de pessoas, pois falta treinamento e temos uma alta rotatividade de funcionários.”
Zenkner chama atenção também para os altos custos e desperdícios causados pela falta de padronização e cuidado com desperdício as empresas. “Nenhuma empresa da região tem o controle de quanto de ingrediente usa nos pratos. Isso aumenta os gastos e desqualifica o serviço.”
Em busca de melhorar o atendimento dos negócios da área gastronomica, o Sebrae lança na terça-feira, 7, o projeto Polo Gastronômico. A proposta é que, durante um ano e nove meses, empresários e funcionários do setor participem de cursos para qualificar essas empresas.
Durante o lançamento os participantes terão as palestras do coordenador regional da alimentação do Sebrae/RS, Fernando Klafke, e da proprietária da rede de restaurantes Tartoni e presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel/RS), Fernanda Tartoni. Na primeira edição, serão oferecidas 15 vagas para as formações.
Mix de produtos
Uma das características marcantes dos negócios da região é o fato de um mesmo estabelecimento oferecer produtos diversos. De acordo Zankner, isso ocorre pela necessidade de sobrevivência dos negócios.
Este é o caso da casa gerida por Daniel Rodrigo Mied. O local oferece serviço de buffet durante o almoço, sushi e ainda um espaço que funciona como um pub com música ao vivo. A casa foi aberta faz sete anos, e desde então a exigência cresceu. “O cliente hoje sai a noite para comer bem e quer gastar pouco, o ambiente também é importante.”
De acordo com ele, o fácil acesso a informação, torna o consumidor mais criteriosos na hora de escolher onde gastar o dinheiro. “A internet alimenta a imaginação e fome das pessoas.” Para satisfazer esse público, Mied sente a necessidade de inovar de forma mais frequente. “Agora mesmo estamos renovando o cardápio para atender mais público.”
A vez dos Pubs
Outro tipo de negócio que vem tomando corpo na região são os pubs. Sócios de um negócio às margens da BR-386, Vinicios Bellini Foletto e Fernanda Mattes, relatam a necessidade de uma mudança de cultura para alavancar a economia através desses negócios.
“Estamos tentando implementar a ideia do happy hour, que aqui ainda não é muito presente”, relata Foletto. Para ele, o crescimento da vida noturna impacta diretamente no desenvolvimento econômico. Para ele, a cidade tem um potencial ainda não explorado nesta área.